Greve em vidreira terminou mas sem resposta aos trabalhadores
A greve na BA Vidro parou parcialmente durante três dias a laboração nesta fábrica da Marinha Grande, mas os trabalhadores ainda não viram satisfeitas as suas reivindicações, disse hoje uma dirigente sindical.
© Reuters
Economia Marinha Grande
A greve em "defesa de direitos adquiridos", relacionados com os dias de compensação acordados pelo trabalho que excede as 35 horas semanais, decorreu entre as 21:00 de quinta-feira e as 13:00 de hoje.
Etelvina Rosa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), disse à agência Lusa que "seis das oito máquinas de laboração contínua estiveram paradas" neste período, afetando a produção da BA Vidro, na Marinha Grande, distrito de Leiria.
"A administração tem dito que está aberta a negociações, mas até ao momento sem resultados concretos", adiantou.
Abrangendo dois turnos por trabalhador, a greve visou exigir da empresa a reposição dos 28 dias por ano de compensação a que cada operário tem direito, em função do acordado, em 2002, entre as empresas do setor do vidro de embalagem e os representantes dos trabalhadores.
O acordo estabelece um horário de trabalho semanal de 35 horas, mas a sua aplicação, que implica, designadamente, distribuição por turnos (a indústria vidreira labora sem interrupção), faz com que cada trabalhador tenha de cumprir em média 42 horas semanais, explicou Etelvina Rosa.
Para compensar aquela diferença de horário, empregadores e empregados acordaram, em 2002, a atribuição de 28 dias de compensação por ano a cada trabalhador.
Na BA Vidro, desde final de 2012, só são atribuídos 23 dias de compensação por ano, situação com a qual os trabalhadores concordaram, aceitando na altura os argumentos da administração, que alegava tratar-se de uma situação temporária, designadamente para reparação de fornos e reestruturação das fábricas da empresa.
Mas, desde final de 2014, segundo a dirigente do STIV, "não há qualquer justificação" para a manutenção desta situação, o que levou os trabalhadores a voltar à greve, nas quadras do Natal e do Ano Novo.
Pelo mesmo motivo, os trabalhadores da BA Vidro já tinham feito outras greves durante este ano, designadamente em fevereiro, abril, junho e setembro, mas com duração de menos tempo.
A multinacional BA possui em Portugal unidades fabris em Avintes (Vila Nova de Gaia), na Marinha Grande e em Venda Nova (Amadora), onde trabalham cerca de 900 pessoas. A fábrica da Marinha Grande emprega cerca de 300 pessoas.
Além das três unidades em Portugal, o grupo, com cerca de 2.200 trabalhadores, tem mais quatro fábricas (duas em Espanha e duas na Polónia), produzindo anualmente mais de cinco mil milhões de embalagens, em 11 cores de vidro.
A Lusa tentou hoje contactar a empresa, a fim de obter a sua posição sobre o conflito laboral na unidade da Marinha Grande, o que ainda não foi possível.
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