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Todos esperam que Autoeuropa escape à crise da Volkswagen

As consequências da fraude nos veículos Volkswagen para o futuro da Autoeuropa é motivo de preocupação para trabalhadores, empresários e autarcas, mas todos esperam que o grupo alemão seja capaz de ultrapassar o problema.

Todos esperam que Autoeuropa escape à crise da Volkswagen
Notícias ao Minuto

07:00 - 10/10/15 por Lusa

Economia Fraude

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, admite que existe "alguma apreensão", mas considera que o número de viaturas produzidas na Autoeuropa equipadas com motores dotados de mecanismos capazes de manipular resultados das emissões de gases poluentes não terá sido significativo.

"Por um lado não estamos preocupados com a dimensão do fenómeno de alteração dos motores, porque isso, em bom rigor, não terá acontecido na Autoeuropa num volume significativo de viaturas", afirmou Álvaro Amaro, em declarações à Lusa.

O autarca de Palmela salientou ainda que, apesar da situação atual da Volkswagen, a autarquia continua a trabalhar com a Autoeuropa para resolver questões de planeamento e urbanísticas, com o objetivo de "acomodar os projetos para o novo modelo, para a nova fábrica de cunhos e outras ampliações que estão previstas no parque da Autoeuropa".

"Temos procurado fazer parte da solução. Esses investimentos - o mais significativo na ordem dos 677 milhões de euros - para o novo modelo, esperemos que não venham a ter qualquer travagem, porque a importância da empresa é sobretudo para o País, dado o contributo significativo para o PIB (Produto Interno Bruto). Mas, sem dúvida, que para a região e para o concelho [o desinvestimento na Autoeuropa], seria uma catástrofe. Acreditamos, temos esperança, de que este episódio não vá, para já, fazer parar esta expetativa e esta dinâmica", sublinhou.

Preocupados estão também os empresários do setor do comércio e serviços do distrito de Setúbal, que receiam as consequências de eventuais despedimentos na Autoeuropa provocados pela crise do grupo Volkswagen, como reconhece o Presidente da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal.

Para Francisco Carriço, neste momento as pequenas e médias empresas da região não teriam capacidade para absorver os trabalhadores da Autoeuropa, ao contrário do que aconteceu com outras indústrias da região que fecharam as portas nos anos 90 do século passado.

"Se [o distrito de Setúbal] tivesse um tecido forte de pequenas e microempresas, esses postos de trabalho [da Autoeuropa] seriam absorvidos pelas micro e pequenas empresas. Mas, devido à ditadura fiscal que o Estado está a colocar sobre estas empresas, não será possível", afirmou.

"Nos anos 90 houve uma crise muito grande na indústria do distrito de Setúbal. Fecharam, entre outras, a Movauto, Aríston, Peugeot, HR, Control Data, todas empresas com mais de 800 postos de trabalho. E nessa altura o tecido empresarial de Setúbal estava forte - foram investidos muitos milhões de euros através do primeiro QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) que começou em 1992 - e todos esses postos de trabalho foram integrados nas micro e pequenas empresas, sem problemas para a região e para a população", frisou.

Os trabalhadores das empresas instaladas no Parque Industrial da Autoeuropa, por seu lado, também manifestam preocupação relativamente ao futuro, mas garantem estar a encarar o problema com muita "serenidade".

"Existe alguma serenidade, até porque o investimento que a Autoeuropa anunciou - os 677 milhões de euros - está a avançar. Fisicamente podemos verificar que na Autoeuropa as coisas estão a acontecer", justificou Daniel Bernardino, da Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa.

"Os trabalhadores como também sabem que, de todos os investimentos que estão previstos, este representa um por cento daquilo que é o investimento global da Volkswagen, acham que, a serem cortados quaisquer investimentos, poderão ser alguns que ainda estão por decidir, onde ainda não se começou a gastar dinheiro. Este, como já vai num estado avançado, acreditamos - e esperamos que assim seja - que vá continuar e que o novo modelo [a produzir pela Autoeuropa] venha para cá em 2017, como está previsto", acrescentou.

Contactados pela Lusa, os responsáveis da AISET, Associação da Industria da Península de Setúbal, que integra a Autoeuropa e algumas empresas de fornecedores da fábrica de Palmela, limitaram-se a divulgar uma nota de imprensa em que garantem não ter recebido, até agora, qualquer manifestação de preocupação ou sinal de alteração do ritmo da produção quer de clientes quer de fornecedores da fábrica de Palmela.

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