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"A nossa alternativa inovadora foi atirada para o lixo"
São declarações de Yanis Varoufakis feitas num artigo de opinião publicado na edição de hoje do Diário de Notícias.
© Reuters
Economia Varoufakis
Num artigo de opinião no Diário de Notícias, o primeiro de uma colaboração mensal Yanis Varoufakis lembra os resultados da cimeira do Eurogrupo, a 12 de julho, onde ficaram definidos "os termos de rendição" aplicados ao governo de Tsipras.
Nessa data, ficou decidido que os ativos públicos da Grécia fossem transferidos para um "fundo do género Treuhand", uma instituição alemã, que, depois da queda do Muro de Berlim, serviu “para privatizar rapidamente com grande prejuízo financeiro e com efeitos devastadores no emprego de toda a propriedade pública do Estado alemão oriental".
De acordo com Varoufakis, esse fundo “seria sediado no Luxemburgo e gerido por uma equipa liderada por Wolfgang Schäuble”, o que se traduziria em “vendas urgentes no espaço de três anos”.
O ex-ministro das finanças grego destaca o trabalho do seu sucessor, Euclid Tsakalotos, por ter conseguido “a autorização” para que essas vendas ocorressem durante os próximos 30 anos, em vez de três. “Isto foi crucial, porque irá permitir ao Estado grego manter os ativos subvalorizados até que o seu preço recupere dos baixos atuais induzidos pela recessão”, sublinha.
Yanis Varoufakis afirma que “o plano [da troika] é politicamente tóxico (…), financeiramente nocivo (…), e falha a nível económico”, e lembra a “sugestão alternativa” que fez na reunião do Eurogrupo a dia 19 de junho. “O banco de desenvolvimento que propusemos iria permitir ao Governo escolher que bens seriam, ou não, privatizados, garantindo ao mesmo tempo um maior impacto na redução da dívida a partir das privatizações selecionadas”.
A reação à sua proposta, diz, “foi saudada com um silêncio ensurdecedor”. “O Eurogrupo e a troika continuaram a deixar passar para os meios de comunicação mundiais que as autoridades gregas não tinham propostas inovadoras, credíveis para oferecer – o seu refrão padrão”, acrescenta, lembrando que “num ponto de viragem na história da Europa, a nossa alternativa inovadora foi atirada para o caixote do lixo”.
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