Polónia aberta a criar parcerias empresariais com Portugal
O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, disse hoje à Lusa que há a possibilidade da Polónia estabelecer parcerias empresariais com Portugal para mercados específicos como a CPLP.
© Global Imagens
Economia Miguel Frasquilho
Miguel Frasquilho participou hoje no European Economic Conference em Katowice, na Polónia, onde participou num debate, que contou com a participação do vice-primeiro-ministro e ministro da Economia polaco, sob o tema "Desafios da economia global. Novos mercados e novas direções".
"Participei num painel sobre tendências globais, onde se debateu o mundo como ele está hoje e quais os continentes com melhores oportunidades de investimento e comércio", começou por explicar o presidente da AICEP.
Na intervenção, "tive a oportunidade de apresentar o caso de Portugal, o ajustamento que fizemos e cumprimos de forma positiva", além das "reformas que estão a ser realizadas" e a aposta numa economia portuguesa "mais pujante" no mundo global, tornando o "ambiente empresarial mais atrativo para os investidores", acrescentou.
"A Polónia é um concorrente direto de Portugal na atração de investimento estrangeiro. Tive a oportunidade de contactar com a homóloga da AICEP na Polónia e chegámos à conclusão que pode haver possibilidades de parcerias empresariais entre Portugal e a Polónia para mercados específicos como os da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]", adiantou.
"A Polónia tem, de facto, interesse em países como Angola, Moçambique e Brasil, onde Portugal pode constituir uma mais-valia pelo conhecimento que tem, as relações culturais, históricas, para sermos parceiros. Quem diz na Polónia, diz também noutras geografias", sublinhou Miguel Frasquilho, adiantando que o secretário de Estado húngaro presente no debate também "se manifestou interessado".
Ainda por cima quando as "pessoas ouvem dizer que países como o Japão, Marrocos ou Turquia pediram adesão, embora com estatuto de observadores, à CPLP", explicou.
Na opinião de Miguel Frasquilho, "Portugal mais uma vez pode ter um papel importante" não só pelo seu papel nos PALOP, mas também com Marrocos e Argélia, "dois parceiros comerciais interessantes" do país.
"Para países da Europa de Leste pode ser interessante constituir parcerias e possibilidade de 'go along' [acompanhar] para novos mercados com quem tem experiência em África", como é o caso português.
"Temos de aproveitar as nossas valências, temos de aproveitar o que sabemos fazer melhor e as vantagens que Portugal pode oferecer em parcerias com África e em mercados que falam português", disse.
Na sua intervenção, Miguel Frasquilho disse que teve a oportunidade de sublinhar o "papel fundamental" que o Banco Central Europeu (BCE) tem tido na retoma da confiança na Europa e "de apontar o dedo aos líderes europeus pelo facto" da instituição "não ter tido esse papel dois a três anos mais cedo".
Se assim tivesse sido, "ter-se-iam poupado muitos erros, muita recessão, muita destruição de emprego. Os meus companheiros de painel tinham quase todos a mesma opinião que eu", acrescentou.
Para Frasquilho, "nunca mais a economia global será a mesma", uma vez que "a crise de 2007 teve o condão de alterar o paradigma".
O presidente da AICEP continuará na Polónia na terça-feira, onde irá visitar a Biedronka, cadeia de supermercados do grupo português Jerónimo Martins.
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