Eni detém 70% em parceria com a Galp para prospeção de petróleo
A italiana Eni passará a deter uma participação maioritária de 70% na parceria com a Galp para a prospeção de petróleo na Costa Alentejana, no âmbito de um acordo hoje assinado entre as duas petrolíferas.
© Lusa
Economia Itália
"A Galp Energia sozinha não tinha condições [para avançar com este projeto] e seria uma má gestão avançar sozinha num projeto desta complexidade. E também não tínhamos ainda a qualificação para sermos operadores em águas ultra profundas", afirmou o presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, no final da cerimónia.
No âmbito do acordo hoje assinado, a italiana Eni passa a deter a participação maioritária, tornando-se operadora e promotora, cabendo à Galp uma participação minoritária de 30%, uma posição que Ferreira de Oliveira considera adequada.
Segundo declarou, "a Galp não tem experiência para ser só operador" e, de acordo com as regras do setor, "o operador é aquele com maior participação".
"Para ser operador em águas ultra profundas as empresas têm de ter uma qualificação internacional que a Galp não tem. A Galp só tem qualificação internacional para operar em terra em águas rasas - até 400 metros de profundidade", esclareceu.
Ora, a entrada da Eni neste consórcio vai possibilitar a perfuração de um posso "de entre 4 mil e 5 mil metros de profundidade, durante o ano de 2015", acrescentou o responsável, segundo o qual não há ainda "certeza" de que haja descobertas de petróleo.
No início de novembro, em entrevista à Lusa, o presidente executivo da Galp adiantou que "muitas empresas" recolheram informação sobre o projeto de prospeção em águas profundas no Alentejo e que uma avançou com uma oferta, que esteve até agora nas mãos do Governo.
Na altura, Ferreira de Oliveira recusou-se a divulgar o nome da empresa, remetendo o anúncio para quando fosse "deferido" pelo Governo.
Desde que a brasileira Petrobras anunciou o encerramento das atividades em Portugal, no final de 2013, a Galp começou a procurar novos parceiros para dividir a participação de 100% na concessão e o risco exploratório na Bacia do Alentejo.
As três concessões agora formalizadas, denominadas Lavagante, Santola e Gamba, abrangem uma área total de aproximadamente 9.100 quilómetros quadrados.
A assinatura da parceria, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, contou com a presença do ministro do Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, entre outras personalidades.
Em Portugal nunca foi feito um furo destes em 'ultra deep offshore' [águas ultra profundas]. Se for feito, e num prazo tão curto [até outubro de 2015] será a primeira vez que acontece em Portugal e as perspetivas são inovadoras", afirmou, por seu turno, Artur Trindade.
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