Bloco de Esquerda propõe nacionalização da maioria da PT
O BE apresentou hoje na Assembleia da República um projeto de lei para a nacionalização da maioria do capital da PT, tentando impedir o que considera ser um dos "principais problemas políticos e económicos do país".
© Global Imagens
Economia João Semedo
"A situação em que se encontra a PT constitui um dos principais problemas políticos e económicos do país. A contínua desvalorização é um gravíssimo problema. No último ano, perdeu 70% do seu valor e, hoje, uma ação da PT vale pouco mais que o que vulgarmente se paga por uma bica", lamentou o coordenador bloquista João Semedo, em conferência de imprensa, no Parlamento.
Segundo o deputado do BE, "esta contínua desvalorização da PT é meio caminho andado para a sua venda e mais de meio caminho andado para a sua destruição como empresa estratégica para o país" e, portanto, "é necessário travar este declínio".
"Registamos que o Governo não tem tido a intervenção necessária sobre este assunto. O ministro da Economia, Pires de lima, limita-se a ajustar contas antigas, pessoais, com os antigos gestores da PT, ao mesmo tempo que o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, presidente do mesmo partido, recebe, reúne, negoceia com um fundo especulativo francês, um dos interessados na compra da PT", criticou.
As ações da PT continuaram hoje a desvalorizar, valendo menos de um euro (0,99 cêntimos), depois de terem registado uma queda de 10,05% no encerramento da sessão de segunda-feira da Bolsa. Na segunda-feira, as ações da PT chegaram a estar em desvalorização de 28,75% e a cotar a 0,865 euros, o valor mais baixo de sempre.
Para Semedo, "só nacionalizando a maioria da PT é possível defender os 12.0000 postos de trabalho" e "os custos serão certamente bastante inferiores aos custos de nada fazer".
Por outro lado, o dirigente bloquista salientou que a empresa "distribuiu aos acionistas, desde 2000, 12 mil milhões de euros em dividendos e, de 2006 para cá, nove mil milhões de euros, sobretudo aos acionistas que conseguiram derrotar a OPA da Sonae. Sabemos quem são - o BES".
A deputada do BE Mariana Mortágua explicou que é possível recorrer ao "regime jurídico da apropriação pública", para o Estado português obter "50% dos votos mais um", devendo haver uma avaliação independente para estipular um valor.
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