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Défice entre 2,5% e 3% "já será boa execução"

O antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga considera que "se a execução [orçamental de 2015] ficar entre os 2,5% e os 3% já será uma boa execução", defendendo, contudo, que o orçamento tem de ser desenhado para os 2,5%.

Défice entre 2,5% e 3% "já será boa execução"
Notícias ao Minuto

10:19 - 14/10/14 por Lusa

Economia Catroga

Em entrevista à Lusa, Eduardo Catroga afirmou que "o exercício orçamental não é nada fácil", defendendo que "seria um mau sinal" logo à partida desenhar um orçamento que fuja aos compromissos assumidos, sendo que a meta do défice acordada para o próximo ano é de 2,5%.

"É importante lutar pelos objetivos e apresentar um orçamento minimamente coerente. É fundamental que em 2015 fixemos um objetivo de 2,5% para o défice público. Mas, se a execução ficar entre os 2,5% e os 3%, já será uma boa execução", admitiu o antigo ministro de Cavaco Silva.

O economista alertou, no entanto, que uma derrapagem na execução orçamental de 2015, "mesmo que seja consentida pela União Europeia", vai implicar "mais exigências em 2016 e em 2017".

Para Eduardo Catroga é preciso "criar condições para reduzir a carga fiscal sobre as famílias e sobre as empresas", mas importa ter em mente que há mecanismos que foram usados no passado e que já não podem ser usados futuramente, como as receitas extraordinárias provenientes de transferência de fundos de pensões e de concessões, por exemplo.

"O potencial de recurso a receitas extraordinárias está praticamente esgotado", disse Eduardo Catroga, acrescentando que "as privatizações que há ainda por realizar não vão trazer grande receita" e que também não convém recorrer a mais endividamento externo porque já se "ultrapassou o limite de segurança do 'stock' da dívida pública".

Questionado sobre os riscos que se colocam ao cumprimento dos objetivos orçamentais de 2015, o economista apontou, por um lado, riscos externos vindos da Europa.

Eduardo Catroga disse que "o motor alemão é importante, mas por si só não chega", alertando para o "crescimento anémico de França e a estagnação da economia italiana", que pela sua dimensão acabam por atrasar a recuperação da atividade económica da União Europeia, o que influencia a situação de Portugal.

Outro risco apontado pelo ex-governante foi "o ambiente político e eventuais repercussões da luta política, seja no seio da coligação [PSD/CDS-PP], seja no campo eleitoral".

Para Eduardo Catroga, "um Governo que pense em termos do interesse nacional" não pode "dar um sinal errado em termos de imagem externa do país", uma vez que isso poderia "levar os credores externos a terem receios e as pessoas e as empresas a adiarem decisões de consumo e de investimento".

O Governo tem até quarta-feira para entregar a proposta de Orçamento do Estado para 2015 na Assembleia da República. A meta do défice para este ano é de 2,5%, tal como acordado com os credores internacionais, e o Executivo tem vindo a reiterar o objetivo.

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