Programas sobre pobreza energética falham nas respostas, diz Zero

A associação ambientalista Zero considera que os programas sobre pobreza energética hoje apresentados pelo Governo falham nas respostas às necessidades das famílias, além de terem um valor muito inferior ao necessário.

Governo corta vales para combater pobreza energética? Queixas acumulam-se

© Shutterstock

Lusa
05/08/2025 16:35 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Energia

Quem queira beneficiar de apoio para trocar fogões, fornos e esquentadores a gás por equipamentos elétricos com eficiência energética A vai poder candidatar-se a partir de 30 de setembro, anunciou hoje a ministra do Ambiente e da Energia.

 

Maria da Graça Carvalho apresentou os programas E-Lar e Bairros + Sustentáveis, destinados a combater a pobreza energética, com uma dotação global de 100 milhões de euros -- 40 milhões para o E-lar e 60 milhões para o Bairros mais Sustentáveis.

Em comunicado, a associação reconhece a importância das duas iniciativas mas alerta para "fragilidades e lacunas" que comprometem a abrangência e impacto real.

No caso do E-Lar, os apoios anunciados para a substituição de equipamentos a gás por alternativas elétricas mais eficientes são positivos mas falta uma "integração numa visão estruturante das políticas públicas nacionais" e o programa tem alcance limitado, diz.

"Acresce ainda a preocupação com o recente aumento da taxa de IVA aplicável aos equipamentos, que passou de 6% para 23%, o que agrava significativamente o custo final para os consumidores, e consequentemente compromete o impacto real dos apoios anunciados e as metas de eficiência energética nacionais", assinala a Zero no comunicado.

Sobre o programa Bairros + Sustentáveis a associação reconhece a valorização das comunidades vulneráveis e zonas urbanas degradadas. Mas considera preocupante a "ausência de uma ação nacional verdadeiramente integrada bem como a compartimentação de soluções estruturantes", como o acesso a apoios para compra de bombas de calor, "reservado exclusivamente neste programa a um grupo restrito de beneficiários".

A Zero defende no comunicado que é essencial apostar numa diversificação de fontes de financiamento, que permita à população aceder a soluções abrangentes para a renovação energética das habitações, condição indispensável para combater eficazmente a pobreza energética.

A dotação global de 100 milhões de euros revela-se "manifestamente insuficiente" face à dimensão do desafio, diz a Zero, segundo a qual um estudo que encomendou refere a necessidade de um investimento na ordem dos 120 mil milhões de euros, que inclua não apenas a substituição de equipamentos mas também intervenções estruturais como o isolamento térmico, a renovação de janelas e a melhoria da eficiência passiva dos edifícios.

A associação salienta também a importância que a comunicação seja eficaz para que as famílias vulneráveis conheçam os apoios disponíveis e as condições para usufruírem.

E pede ao Governo para que reforce o investimento e alargue o alcance das iniciativas.

Leia Também: UE instada a priorizar conectividade energética com Península Ibérica

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