Em comunicado, a direção do Sitava começou por citar a frase atribuída ao físico alemão Albert Einstein: "Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente".
"Falamos, claro está, da nova tentativa de privatização da TAP. E perante isto, não podemos deixar de questionar porquê. Porquê agora? Porquê a pressa?", apontou o sindicato, acrescentando não conseguir compreender "a pressa que o Governo demonstra em se desfazer de uma empresa que ainda se encontra dentro do período do programa de recuperação e que está a conseguir efetuar essa recuperação de uma forma que só nos pode orgulhar" e "muito à conta do grande empenho" dos trabalhadores.
O sindicato argumentou que se a TAP tivesse sido privatizada nos processos de 1997, com a venda à Swissair, entretanto falida, de 2014 com tentativa de venda ao empresário brasileiro-colombiano Germán Efromovich, ou se tivesse permanecido nas mãos dos privados em 2020, durante a pandemia de covid-19, hoje a companhia aérea portuguesa "já não existiria".
"O seu desaparecimento teria, isso sim, causado ao país (logo, aos contribuintes como os neoliberais gostam de dizer) prejuízos de muitos milhares de milhões de euros", apontou o Sitava, considerando que "não reconhecer este facto indesmentível só pode ser por desonestidade intelectual ou cegueira ideológica".
O sindicato elencou também a privatização da gestora aeroportuária ANA, considerando que esta venda à francesa Vinci "deixou Portugal refém de interesses estrangeiros".
Para o Sitava, o apoio estatal de 3,2 mil milhões de euros para salvar a companhia na altura da pandemia serviu para garantir a continuidade de um ativo de vital importância para o país e para a economia.
O Governo aprovou, na quinta-feira, o decreto-lei que marca o início do processo de privatização da TAP, prevendo a abertura de até 49,9% do capital social da companhia aérea a privados, dos quais 5% reservados a trabalhadores.
Leia Também: IAG continua interessado na compra da TAP (em função das condições)