Wall Street em baixa com receios de inflação, resposta da Fed e recessão
A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa, arrastada pelos valores tecnológicos, refletindo a inquietação dos investidores com a inflação, a resposta da Reserva Federal (Fed) e uma eventual recessão.
© Reuters
Economia bolsa
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,99%, para os 32.245,70 pontos, enquanto o alargado S&P500 não se conseguiu manter acima do limiar dos quatro mil pontos, ao perder 3,20% e fechar nas 3.991,24 unidades, o seu valor mais baixo desde há um ano.
Mas as perdas mais fortes foram apresentadas pelo tecnológico Nasdaq, que desvalorizou 4,29%, para os 11.623,25 pontos, na que foi a primeira vez que fechou abaixo dos 12 mil pontos desde novembro de 2020.
"Os investidores não estão a comprar na baixa. Não há confiança", afirmou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.
"O problema dos investidores é que não veem qual será a boa notícia que vai permitir a recuperação do mercado", resumiu. "E se não se compra quando está a baixar, então pode continuar a baixar...".
Os índices nova-iorquinos começam assim esta semana em baixa, depois de seis semanas de recuo consecutivas para o Dow Jones e cinco para o Nasdaq e o S&P500.
"A inflação persistente incitou a Fed a ser mais agressiva na sua campanha de subida das taxas de juro, mas isto reforçou as incertezas quanto à sua capacidade de organizar uma aterragem suave" da economia, recearam os analistas da Schwab.
"A subida da taxa de juro e a força do dólar continuam a minar o moral e assinalam um endurecimento das condições monetárias, enquanto a guerra na Ucrânia e os confinamentos na China ensombrecem o quadro", acrescentaram.
Os investidores mostraram assim a sua preocupação antes da publicação, esperada para quarta-feira, da informação sobre a inflação nos EUA.
A subida dos preços, excluindo os da alimentação e energia, parece ter continuado, com 0,4% mensais em abril, depois de 0,3% em abril, segundo as previsões dos analistas.
Estes esperam que a taxa de crescimento dos preços se mantenha superior a oito por cento, um máximo de 40 anos.
Já o dólar evoluiu em torno do seu máximo em 20 anos.
O setor tecnológico, sensível à subida das taxas de juro, que prejudicam os lucros futuros destas empresas, ditas de crescimento, foi duramente afetado.
Assim, a Apple perdeu 3,32%, a Amazon 5,21% e a Tesla 9,07%.
A refletir o receio com o impacto dos confinamentos em Pequim, para contrariar mais um surto do novo coronavirus, na procura do petróleo e o ritmo da atividade mundial, os valores do setor da energia e as cotações do crude caíram, com estas a baixarem cerca de seis por cento.
O conjunto de empresas da energia no S&P500 recuou 8,30%, com a Exxon a largar 7,81%, a Chevron 6,63% e a Occidental Petroleum 10,92%.
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