Trabalhadores contestam fecho da refinaria de Matosinhos a 18 de março
Os trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos, que deverá encerrar até final do ano, vão contestar esta decisão junto às residências do primeiro-ministro e do Presidente da República, em Lisboa, a 18 de março, revelou hoje o sindicato.
© Reuters
Economia Galp
"Não ao encerramento da refinaria" é a mensagem que os trabalhadores querem levar a António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, respetivamente, que acusam de estarem a "fugir às suas responsabilidades", referiu o Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP), numa nota distribuída aos trabalhadores e a que a Lusa teve hoje acesso.
Segundo o documento, a manifestação terá dois momentos: um às 10:30 junto à residência oficial do primeiro-ministro e outro às 12:00 frente àquela do Presidente da República.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos, distrito do Porto, este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Para o sindicato, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa recusam-se a intervir para inverter a intenção de encerramento da refinaria.
"O primeiro-ministro 'empurra' para o Ministério do Ambiente, como se esta questão fosse meramente ambiental, e o Presidente da República não cumpre, nem faz cumprir a Constituição da República Portuguesa", considerou.
A estrutura sindical defende a continuidade da refinaria, do emprego com direitos e da economia regional e nacional, explicou.
Este é já o quarto protesto dos trabalhadores da refinaria que dizem que "vão fazer tudo o que for possível" na defesa daquela unidade industrial.
Depois de um plenário de trabalhadores junto à Câmara Municipal de Matosinhos, a 12 de janeiro, estes manifestaram-se a 02 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do primeiro-ministro e, a 25 de fevereiro, junto à Câmara Municipal do Porto.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.
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