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EDP: Acionistas elegem hoje Stilwell de Andrade para liderar até 2023

Os acionistas da EDP reúnem-se na terça-feira em assembleia-geral extraordinária para eleger Miguel Stilwell de Andrade presidente executivo para os próximos três anos, substituindo António Mexia, que assumiu a liderança da empresa desde 2006.

EDP: Acionistas elegem hoje Stilwell de Andrade para liderar até 2023
Notícias ao Minuto

07:00 - 19/01/21 por Lusa

Economia EDP

A assembleia-geral extraordinária, que decorre exclusivamente por meios telemáticos, tem por objetivo a eleição do Conselho de Administração Executivo (CAE) para 2021-2023, tendo o atual mandato (2018-2020) terminado em 31 de dezembro passado.

Ainda assim, antecipa o calendário habitual de eleição da nova gestão, pondo fim à presidência provisória de Stilwell de Andrade, que dura desde julho, na sequência da suspensão de funções de António Mexia, determinada pelo tribunal.

Segundo a proposta apresentada pelos acionistas China Three Gorges (CTG), Oppidum Capital, Senfora, Sonatrach e o Fundo de Pensões do BCP, o novo CAE será composto por Miguel Stilwell de Andrade (presidente), Miguel Setas, Rui Teixeira, Vera Pereira e Ana Paula Marques, que era administradora da NOS, cargo a que renunciou em dezembro, sendo este órgão reduzido de nove para cinco membros.

Além de António Mexia, com funções suspensas desde julho, na sequência do processo das rendas excessivas, deixa a comissão executiva João Manso Neto, que era presidente executivo da EDP Renováveis, e é arguido no mesmo processo.

Saem ainda João Marques da Cruz, António Martins da Costa e Maria Teresa Pereira.

Os acionistas da elétrica vão ainda votar na terça-feira a prorrogação transitória da política da remuneração do CAE e a aplicação aos seus membros.

Em 30 de novembro, António Mexia e Manso Neto, ambos suspensos de funções, manifestaram-se indisponíveis para voltar a integrar os órgãos sociais do grupo num novo mandato.

Os dois gestores foram suspensos das funções pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, por serem suspeitos, em coautoria, da prática de quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio, tendo sido constituídos arguidos há cerca de três anos.

Acionistas da empresa, também em 30 de novembro, representados no Conselho Geral de Supervisão, pediram ao presidente interino Miguel Stilwell de Andrade uma proposta relativa à composição do CAE para o próximo mandato.

Numa carta dirigida ao presidente do Conselho Geral e de Supervisão, Luís Amado, e ao presidente da mesa da assembleia-geral, Luís Palha da Silva, a que a Lusa teve acesso, António Mexia considerou que a decisão de deixar a liderança da empresa foi a "mais difícil" da vida profissional, sobretudo por resultar de "um contexto de incompreensível injustiça".

Miguel Stilwell de Andrade chega ao topo aos 44 anos após duas décadas na empresa

Miguel Stilwell de Andrade, há 20 anos na EDP, vai ser eleito presidente do Conselho de Administração Executivo da elétrica.

Engenheiro mecânico de formação, pela Universidade de Strathclyde, em Glasgow, na Escócia, Miguel Stilwell de Andrade, de 44 anos, especializou-se no mundo financeiro, tendo iniciado a sua carreira no UBS Investment Bank, em Londres, Reino Unido, onde trabalhou principalmente na área de fusões e aquisições em vários projetos internacionais.

A experiência adquirida naquela área levou-o à EDP, onde chegou em 2000, para integrar o setor de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo / M&A (fusões e aquisições) do grupo, do qual foi diretor entre 2005 e 2009.

Miguel Stilwell de Andrade esteve diretamente envolvido na aquisição de várias empresas do setor das energias renováveis, que deram depois origem à EDP Renováveis, bem como em várias fases do processo de reprivatização da elétrica.

Participou também na operação de aumento de capital da EDP, em 2004, na Oferta Pública de Venda (OPV) da EDP Energias do Brasil, em 2005, e na OPV da EDP Renováveis, em 2008.

Entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2012, foi membro do Conselho de Administração da EDP Distribuição Energia, tendo sido também administrador da EDP Inovação, da EDP Ventures e da EDP Gás Distribuição.

Em 2012, tornou-se presidente executivo da EDP Comercial e foi também eleito membro do Conselho de Administração Executivo do grupo EDP.

Desde 2018, e até ao momento da saída de António Mexia da liderança da EDPStilwell de Andrade desempenhava as funções de administrador financeiro da elétrica.

Durante aquele período no comando financeiro, Stilwell de Andrade lidou com uma oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges (CTG), o maior acionista da EDP, que falhou e levou à atualização do plano estratégico da empresa, com mais investimento nas renováveis.

Em 15 de julho do ano passado, já com Stilwell de Andrade no cargo de presidente executivo interino, depois da suspensão de funções decretada pelo juiz Carlos Alexandre a António Mexia, arguido no caso das rendas excessivas, a EDP anunciou um aumento de capital em mais de mil milhões de euros para financiar a compra da espanhola Viesgo.

Vários administradores da EDP e os dois maiores acionistas da elétrica -- a estatal chinesa CTG (que detém 21,47%) e a Oppidum Capital (detém 7,19% do capital) - acompanharam com mais de 294 milhões de euros o aumento de capital para a compra da espanhola Viesgo.

Stilwell de Andrade considerou a operação "um sucesso" que demonstrou o "grande alinhamento entre a empresa e os seus acionistas".

O novo CAE da EDP tem apenas cinco elementos, quando antes eram nove, sendo Stilwell de Andrade o membro mais novo.

Serão reconduzidos Miguel Setas, Rui Teixeira e Vera Pereira, a que se junta Ana Paula Marques, que era administradora da NOS, cargo a que renunciou em dezembro.

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