"Estratégia do Prado ao Prato não reconhece papel do agricultor"
A confederação das cooperativas agrícolas mostrou-se hoje preocupada com a viabilidade do sistema agroalimentar europeu, notando que a Estratégia do Prado ao Prato não reconhece o papel do agricultor na sociedade e no processo de descarbonização.
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Economia Confagri
"A Estratégia do Prado ao Prato não reconhece devidamente o papel do agricultor na sociedade nem os contributos positivos da atividade agrícola para a descarbonização", considerou, em comunicado, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri).
No final de maio, a Comissão Europeia apresentou a Estratégia do Prado ao Prato ('Farm to Fork Strategy', em inglês) que tem como objetivo promover uma alteração na utilização dos recursos naturais, acelerando a transição para uma economia assente nas energias renováveis.
Para a confederação, esta estratégia também não destaca o reforço da posição dos produtores na cadeia valor, nem a promoção de um maior equilíbrio e transparência na cadeia agroalimentar.
A Confagri mostrou ainda algumas reservas quanto à forma de compatibilização de conceitos como o de segurança alimentar, em situações de crise ou de necessidade de aumentar a oferta, e simultaneamente assegurar a qualidade dos produtos e um preço acessível.
Por outro lado, a expansão da área de agricultura biológica deve corresponder à procura dos consumidores, acrescentou.
"Para uma implementação com sucesso desta estratégia, a Confagri sublinha a importância das cooperativas agrícolas que, pela sua disseminação nos territórios rurais e pela capacidade técnica que possuem, podem contribuir com eficácia para a introdução de novas tecnologias, implementação de estratégias de bioeconomia e economia circular", apontou.
De acordo com a confederação agrícola, a União Europeia tem o sistema alimentar mais avançado do mundo, que não deve ser ignorado no âmbito das trocas comerciais.
Assim, a Confagri vincou ser necessário que o foco das políticas europeias esteja na "eficiência e na sustentabilidade ambiental, económica e social" dos sistemas agroalimentares.
A minimização dos impactos ambientais, por sua vez, deve ser prosseguida sem pôr em causa a segurança alimentar, sublinhou a confederação, mostrando-se ainda preocupada com o futuro orçamento da Política Agrícola Comum (PAC) 2021-2027, que se deve ajustar aos "problemas emergentes" e responder à procura de bens alimentares seguros.
Já no que se refere às metas de descarbonização, a Confagri referiu não entender como é que o setor agrícola, que representa 10,3% das emissões de gases com efeitos de estufa, merece tanto ênfase em comparação com outras atividades mais poluentes.
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