Em comunicado, a empresa que tem sede em Irving, no Texas (EUA), divulgou que a faturação registada entre janeiro e março caiu quase 12% (56.158 milhões de dólares) em relação ao ano anterior, e que a sua produção no mesmo período totalizou mais quatro milhões de barris por dia (mais 2% de petróleo).

"A covid-19 gerou um impacto significativo a curto prazo, traduzindo-se em mercados com abastecimento em excesso e numa pressão sem precedentes nos preços e nas margens face às matérias-primas", referiu o presidente da Exxon Mobil, Darren Woods.

Em resposta a estas "condições de mercado", a empresa anunciou um corte de 30% nas despesas de capital até o final do ano e uma redução de 15% nas despesas operacionais de caixa.

A companhia petrolífera indicou que registou uma cobrança de 2.900 milhões por amortizações relacionadas aos "baixos preços de matérias-primas" com a "deterioração de ativos".

"Ao analisarmos estes tempos difíceis, lembramos os princípios fundamentais de longo prazo que orientam nossos negócios. A atividade económica retornará e as populações e os padrões de vida aumentarão, o que, por sua vez, gerará procura e, consequentemente, a recuperação do setor", referiu Woods.

A petrolífera americana garantiu, ainda, que aplicou medidas de limpeza e mudou as práticas de trabalho em todo o mundo para minimizar os riscos da pandemia do novo coroavírus.

Paralelamente também foi anunciado que a empresa está a produzir produtos químicos para o fabrico de gel desinfetante, máscaras, aventais cirúrgicos e toalhetes.

Estes resultados, publicados antes da abertura da Bolsa de Valores de Nova Iorque, não foram bem recebidos pelos investidores, com as ações da Exxon Mobil a caírem 1,4% nas operações eletrónicas.

Desde o início do ano, o valor das ações da Exxon caiu 33%, enquanto o preço do barril de referência dos EUA caiu quase 70%.

Em causa está uma petrolífera que já antes da pandemia enfrentava grandes desafios, devido à queda de preços originada por uma guerra comercial entre os EUA e a China, a qual contribuiu para uma desaceleração económica global.

Durante o primeiro trimestre deste ano, essa guerra comercial levou a Arábia Saudita a desencadear uma luta de poder com a Rússia, o que pressionou os preços ainda mais.

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