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Contrato de serviço público só terá êxito com medidas para trabalhadores

A assinatura do contrato de serviço público da CP -- Comboios de Portugal com o Estado só terá êxito acompanhada de medidas para os trabalhadores, defende o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira.

Contrato de serviço público só terá êxito com medidas para trabalhadores
Notícias ao Minuto

22:19 - 27/11/19 por Lusa

Economia Fectrans

"Não há contrato de serviço público que tenha êxito se não houver uma alteração do Governo em relação aos trabalhadores, nomeadamente em relação às condições de trabalho e salários, já que hoje começamos a ter um problema, que é a incapacidade de recrutar trabalhadores", alerta o sindicalista, em declarações à agência Lusa.

De acordo com José Manuel Oliveira, a CP está já a "ter dificuldade em fixar alguns trabalhadores. Precisamos neste setor de maior especialização que só se adquire com a permanência dos trabalhadores nos locais de trabalho", adianta.

A Fectrans entende que é preciso "aumentar os salários de entrada" para conseguir contratar e fixar os colaboradores, senão "tudo isso [o contrato] não passa de papel".

A Lusa tentou contactar a Comissão de Trabalhadores da CP, para pedir um comentário mas tal não foi possível.

A CP vai assinar na quinta-feira, dia 28, o contrato de serviço público com o Estado, pela primeira vez na sua história, de acordo com fonte do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

A empresa poderá contar agora com a definição de um conjunto de obrigações de serviço, como por exemplo, o tipo de serviços que deve existir em cada linha e estação da rede e o número de comboios por dia que devem efetuar esses serviços.

No contrato ficam também fixadas regras em relação ao tarifário a aplicar e às garantias dadas aos passageiros.

Com este contrato, a CP recebe uma indemnização compensatória pela prestação de serviço público, algo que já acontecia, mesmo sem o contrato, para cobrir o prejuízo gerado por serviços deficitários.

O transporte de passageiros em caminho-de-ferro encontra-se liberalizado na União Europeia desde 01 de janeiro deste ano, permitindo que qualquer operador ferroviário possa aceder ao mercado. Os Estados estão ainda obrigados, até ao início de dezembro, a contratualizar o serviço público, uma questão que se vem arrastando já há vários anos em Portugal.

Hoje, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos referiu que este contrato "é o primeiro na história da CP, que vai garantir à administração da CP um grau de autonomia, previsibilidade e estabilidade na gestão que as administrações anteriores nunca conseguiram ter", destacou o governante.

Pedro Nuno Santos lembrou que as anteriores administrações da CP "estavam sempre dependentes das indemnizações compensatórias, de uma gestão sem garantias, sem estabilidade, sem transparência", algo que o novo contrato, segundo o ministro, irá "garantir".

"Não faz muito sentido o Estado garantir isso às empresas privadas com quem tem contratos de concessão, e depois não ter uma relação previsível, estabilizada, com a sua empresa de caminhos-de-ferro", completou o ministro.

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