Exploração de gás de xisto positivo para países africanos
Vários países africanos têm depósitos de gás de xisto potencialmente viáveis, cuja exploração teria consequências positivas sobretudo a nível económico, indica um relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
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Economia Banco Africano
De acordo com o relatório "Gás de xisto e as suas implicações para África e o Banco Africano de Desenvolvimento", a exploração daqueles depósitos de gás de xisto poderá conduzir a uma diminuição do preço e ao aumento do consumo do gás natural, à redução das emissões de gases com efeito de estufa da geração de energia e a benefícios económicos substanciais para os países produtores.
No estudo são revistas as estimativas feitas para os depósitos de gás de xisto na Argélia, Líbia, Tunísia, Marrocos, Mauritânia, África do Sul e Saara Ocidental.
O estudo divulgado na quinta-feira analisa a designada "revolução do gás de xisto" nos Estados Unidos para retirar ensinamentos para África, concluindo que a produção deste gás - encontrado no subsolo entre formações xistosas a entre os 600 e os 3.000 metros -- pode apresentar "desafios ambientais substanciais", pelo que os países devem escolher em primeiro lugar a "forma mais vantajosa" de desenvolver o recurso, refere o BAD em comunicado.
O BAD aponta como os maiores desafios ambientais "a grande quantidade de água necessária para a extração (do gás), a contaminação de água, o aumento da atividade sísmica e a perfuração".
Utilizada na exploração de gás de xisto, a fraturação hidráulica consiste em criar fissuras nas rochas ricas em hidrocarbonetos através da injeção, a alta pressão, de uma mistura de água com areia e produtos químicos, sendo criticada pelos riscos de poluição e atividade sísmica.
O Banco Africano de Desenvolvimento considera encorajadores os resultados do estudo, tendo em conta o que o gás de xisto pode representar para a economia da região.
No entanto, citado no comunicado, Kurt Lonsway, do Departamento de Energia, Ambiente e Mudanças Climáticas do BAD, salienta "o quão importante é que a produção seja acompanhada por um correto planeamento e gestão ambiental".
O estudo defende ainda que o BAD pode ajudar os governos dos países com reservas de gás de xisto garantindo que estes "estão bem informados e têm acesso a informações corretas sobre as possíveis consequências ambientais", bem como através de empréstimos de assistência técnica ou financiamento de infraestruturas associadas à exploração do recurso.
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