Sindicatos da Ryanair reúnem-se para marcar greve europeia em julho
Os sindicatos europeus da tripulação de cabine da Ryanair vão reunir-se na quinta-feira para decidir a data de uma greve, que deverá ocorrer ainda em julho, segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
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Economia Protestos
No dia em que termina o prazo para a transportadora aérea de baixo custo responder às reivindicações dos sindicatos, Bruno Fialho, da direção do SNPVAC, precisou que a reunião decorrerá na Bélgica para "ser emitida uma data de greve ainda no mês de julho".
Até agora, as respostas da Ryanair "continuam a ser as mesmas, que é querer impor regras contrárias à lei portuguesa", criticou o dirigente sindical à agência Lusa, reportando-se às exigências para a empresa aplicar leis laborais nacionais e não as regras do seu país de origem, a Irlanda.
"A Ryanair tem de respeitar a soberania portuguesa e não respeita quer a portuguesa, como a espanhola ou a belga. Dia 05 iremos reunir e vamos anunciar as datas para a greve europeia", informou Bruno Fialho.
Também serão definidos os moldes de realização do protesto, com o SNPVAC a querer que "seja uma greve num só dia ou em vários dias feita ao mesmo tempo por todos os sindicatos dos vários países".
"Julgamos que isso será possível fazer e vamos ter que só acertar essas diretivas com restantes sindicatos", disse.
Questionado se poderá haver substituição de trabalhadores como aconteceu na greve dos tripulantes portugueses no período da Páscoa, o sindicalista respondeu ser "impossível" essa situação.
"Havendo cinco países europeus a realizar a greve, será impossível haver substituição de grevistas, porque não podem ir buscar pessoal a mais lado nenhum", notou.
A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril.
As alegadas substituições ilegais levaram à intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Hoje, Bruno Fialho referiu à Lusa que o sindicato continua a ser contactado pela ACT, como aconteceu na passada quarta-feira com uma notificação para responder a várias questões.
"A ACT está a fazer um excelente trabalho e não quer que nada se perca por questões processuais. O final desse trabalho está a tardar porque, efetivamente, quando passamos para as questões jurídico-legais tudo é possível. E a ACT quer colocar um processo inatacável na base processual", afirmou.
Contactada pela Lusa, a companhia aérea tem-se escusado a fazer comentários sobre o final do prazo dado pelos sindicatos.
No final de maio, os sindicatos que representam a maioria dos tripulantes de cabine da Ryanair na Europa reuniram-se em Madrid e fizeram um ultimato à companhia aérea para que "cumpra as leis laborais em cada país", caso contrário, avançariam para a greve.
"O dia 30 de junho é o prazo limite para a Ryanair responder às nossas exigências", informava, nessa altura, Bruno Fialho.
Em entrevista à Lusa, a 11 de abril, o presidente executivo da Ryanair, Michael O'Leary, garantia que os trabalhadores da transportadora aérea em Portugal preferem continuar com contratos sob a lei irlandesa, uma vez que ganham mais e têm mais dias de licença maternal.
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