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CGTP rejeita baixas fraudulentas e fala em más condições de trabalho
Os trabalhadores portugueses estão a pôr mais baixas este ano e a CGTP-IN fala em "más condições de trabalho, horários demasiado prolongados, os ritmos de trabalho intensos".
© iStock
Economia Baixa
No primeiro trimestre de 2018, o número de trabalhadores portugueses a colocarem baixa aumentou, no entanto, a CGTP-IN garante que as informações veiculadas pela comunicação social são baseadas numa “análise quantitativa superficial”, não aprofundando o tema e consequentemente as causas que podem estar por trás do aumento das situações de doença entre os trabalhadores.
Para além de apontarem o aumento de emprego, ou seja de empregados, que leva ao aumento de empregados doentes, a CGTP-IN explica que “ a saúde dos trabalhadores é cada vez mais afectada pela precariedade laboral e a adopção de formas de trabalho desumanizadas, que ignoram o princípio da adaptação do trabalho às mulheres e homens que trabalham”.
“As más condições de trabalho, os horários demasiado prolongados, os ritmos de trabalho intensos, a frequência cada vez maior de trabalho noturno e trabalho por turnos, a pressão constante da instabilidade e da insegurança dos vínculos laborais, o prolongamento forçado da idade activa, por força do aumento legal da reforma e da penalização resultante do acesso a pensões antecipadas, constituem factores que contribuem para a deterioração da condição física e mental dos trabalhadores potenciando as situações de doença”, informa a associação sindical via comunicado.
O mesmo comunicado fala em “más condições” e “desinvestimento em segurança e saúde no trabalho”, o que segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses , aumenta “a exposição dos trabalhadores aos mais diversos riscos derivados do trabalho e potenciam o surgimento de todo o tipo de doenças psicossociais, incluindo depressões, stresse laboral e síndrome de burnout”.
A CGTP-IN explica que é “extremamente dificil” obter uma certificação de doença profissional, sobretudo no caso das doenças do foro psíquico e que, por isso, existe um acréscimo das situações de “baixa por doença natural”.
“Finalmente, no que respeita à alegação de que há um crescimento do número de baixas ditas fraudulentas, desafiamos quem apresenta tal alegação a fazer prova do que diz. Não basta dizer que há baixas fraudulentas, é preciso comprovar tal afirmação. Com efeito, relembramos que quem tem a responsabilidade de passar a declaração de baixa são os médicos e não os utentes. Neste sentido, a CGTP-IN considera inaceitável a imediata associação do aumento do número de baixas por doença, a fraude dos trabalhadores”, concluem.
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