Fabinho concedeu uma extensa entrevista à edição deste sábado do jornal britânico The Guardian, na qual abordou diversos temas, entre eles, a morte de Diogo Jota, internacional português com o qual partilhou balneário, ao serviço do Liverpool, e ao funeral do qual fez questão de marcar presença.
"Foi muito difícil de absorver, porque ele tinha uma rotina e uma vida tal como as minhas. Quando isso acontece, colocas-te nessa situação. Vivemos juntos por um período. Lutámos por alcançar os nossos sonhos. Sonhos profissionais, mas também pessoais. Nós tínhamos muito em comum, e, depois pensas nisso. Não há volta a dar. Faz-te pensar que a vida é apenas um suspiro", afirmou.
"Quer gostes ou não, começas a apreciar os pormenores da tua vida. Eu sou um tipo que tenta aproveitar da melhor maneira possível a vida que tenho com a minha família. Sou muito grato a Deus, mas, quando uma coisa deste género acontece, começas a valorizar ainda mais aquilo que verdadeiramente importa", acrescentou.
O internacional brasileiro, recorde-se, chegou ao Liverpool no verão de 2018, proveniente do Monaco, a troco de uma verba na ordem dos 45 milhões de euros. Apenas dois anos depois, foi a vez de o português chegar a Anfield Road, proveniente do Wolverhampton, por uma quantia semelhante.
Juntos, o médio e o avançado realizaram um total de 98 encontros oficiais ao serviço dos reds, até que, em 2023, o primeiro optou por abandonar o futebol europeu e seguir viagem rumo à Arábia Saudita, para reforçar o Al-Ittihad Jeddah, por quase 50 milhões de euros.
"Não queria sair do clube e ir para qualquer outro clube na Europa"
Fabinho aproveitou, de resto, a ocasião para esclarecer os motivos que o levaram a abandonar o Liverpool, apanhando muitos de surpresa: "Eu não queria sair do clube e ir para qualquer outro clube na Europa. Pensava que era o melhor lugar do mundo para jogar, para continuar a desenvolver-me, como jogador. Queria que o meu legado e a minha história no clube crescessem ainda mais, mas a nossa última época foi muito esgotante".
"Nós não estivemos muito bem e não conseguimos apurar-nos para a Liga dos Campeões. Eu perdi o meu estatuto enquanto titular, durante alguns jogos, mas isso acontece. Regressei para a temporada seguinte, ainda que a anterior não tivesse sido boa, com uma mentalidade muito boa e a querer lutar, uma vez mais, pelo título da Premier League. Mas, antes do início da temporada, o Al-Ittihad Jeddah fez uma proposta, e os responsáveis do Liverpool disseram que era muito boa para o clube e para mim", prosseguiu.
"Eu tinha receio, e decidi esperar para ver aquilo que a equipa técnica iria dizer. Pensei que era um jogador importante e que iriam recusar qualquer proposta, mas apercebi-me de que o clube estava aberto a vender-me (...). Jurgen Klopp ligou-me e perguntou-me o que eu queria. Eu disse que tinha ouvido a proposta e gostado, mas que queria, primeiro, ouvir o que ele tinha a dizer. Ele disse que, se qualquer jogador quisesse sair, não iria retê-lo", completou.
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