"Aquilo que podemos pensar, e é isso que passámos às jogadoras, que temos dito - e não temos dois discursos, um para fora e outro para dentro, tem sido um discurso de igual forma -, é que queremos fazer melhor do que fizemos no último Campeonato da Europa", disse em entrevista à agência Lusa Francisco Neto, lembrando a prestação lusa no único Europeu em que Portugal participou e que se saldou numa vitória e duas derrotas.
Para o líder da seleção feminina, essa melhoria traduz-se em mais golos marcados, menos sofridos, mais pontos, e, à imagem do Euro2017, chegar à última jornada a depender apenas de si para estar nos quartos de final.
"Chegar ao último jogo a depender só de nós, e a lutar por uma qualificação. Queríamos [em 2017] e queremos também fazer o mesmo aqui", sublinhou o treinador, ciente do crescimento que todas as equipas têm tido.
Para o técnico, o Europeu em Inglaterra, que decorrerá entre 06 e 31 de julho, vai espelhar o crescimento do setor feminino nos últimos cinco anos, num contexto que obriga a seleção das 'quinas' também a uma subida de patamar, sob pena de ficar para trás.
"Sentimos que o nível subiu, e que nós temos que subir, obrigatoriamente, com esse nível, porque senão será difícil", defendeu o selecionador.
Na competição, Portugal, 30.º do 'ranking' mundial, estreia-se com o adversário teoricamente mais acessível, a Suíça (20.ª), mas o selecionador rejeita a ideia de que a estreia se possa 'transformar' num jogo de tudo ou nada.
"Temos que olhar os três jogos com a mesma seriedade. O sorteio é aquilo que não controlamos, colocou-nos a Suíça, por isso não adianta criar aqui vários cenários (...). Por um lado, as pessoas podem achar que é mau, por outro pode ser bom, porque a Suécia pode chegar ao último jogo já qualificada e a não precisar, se calhar, dos pontos, e isso também nos pode beneficiar", analisou.
Para Francisco Neto, as fases finais proporcionam muitas vezes surpresas, com o crescimento a acontecer dentro da própria competição, com o exemplo do desempenho da seleção masculina de Portugal em 2016.
"Já vimos equipas a empatarem os jogos todos na fase de grupos e a serem campeãs, felizmente. Tudo pode acontecer num Campeonato da Europa e cá estaremos para dar o nosso melhor e lutar até ao fim", disse, ainda em resposta ao 'peso' dos oponentes.
Um cenário que não impede o treinador de reconhecer que Suécia (segunda no 'ranking' FIFA), semifinalista no Mundial e vice-campeã olímpica, e Países Baixos, campeões europeus em título e vice-campeões mundiais, estão uns degraus acima.
"Sem dúvida nenhuma duas equipas com uma maturidade e uma experiência um bocadinho, dentro do grupo, diferenciada. (...) Estas duas, sem dúvida nenhuma, pela experiência acima de tudo internacional, estão, teoricamente, uns passos à frente", defendeu.
No Europeu, Portugal estreia-se em 07 de julho frente à Suíça (17:00), seguindo-se o jogo com os Países Baixos, em 13 de julho (20:00), e a Suécia, na terceira e última jornada do grupo C, em 17 de julho, com todos os jogos agendados para Leigh, na região de Manchester.