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"Abramovich quis renovar o meu contrato quando estava à beira da morte"
Piet De Visser, antigo olheiro do Chelsea, lamenta a decisão do oligarca russo de vender o clube: "Magoa-me que pensem que ele é uma pessoa fria porque não é verdade".
© Getty Images
Desporto Piet de Visser
Roman Abramovich, o bilionário russo proprietário do Chelsea, decidiu colocar o clube de Londres à venda na sequência da invasão à Ucrânia por Vladimir Putin.
E já há pretendentes: um deles é o pugilista irlandês Connor McGregor. No entanto, tal decisão não agradou a um antigo olheiro do clube na Premier League: Piet De Visser.
"Foi um golpe duro porque ele é uma pessoa muito importante para o clube e as pessoas têm a imagem errada dele. Não se trata de dinheiro para o Roman, ele tem muito. Esta é uma diferença essencial. Ele é na realidade uma personalidade calorosa. Tenho a certeza que ele ficará chateado por eu falar sobre ele na imprensa, mas mantenho o que disse. Aceitarei de bom grado as suas críticas contra mim. Mas quero dizer quem é o Roman", diz Piet De Visser, atualmente com 87 anos, em declarações à Algemeen Dagblad.
"Porque o próprio Roman nunca fala com a imprensa, muitos vêem-no como um oligarca frio e isso magoa-me muito porque não é esse o caso. Daí a minha necessidade de o defender. A verdade é que ele tem um grande coração e o facto de o dinheiro da venda do clube beneficiar em favor das vítimas da guerra na Ucrânia é um sinal inequívoco disso".
Abramovich significou muito para De Visser em 2003, não só a nível empresarial mas também a nível pessoal. "Lembro-me bem que tinha acabado de ser submetido a uma cirurgia no coração, quando sofri subsequentemente de um cancro no esófago. Ultrapassei isso, mas era um pássaro morto. Por isso telefonei ao Roman para lhe dizer que infelizmente tive de me reformar como olheiro. Nunca esquecerei o que ele me disse 'Piet podes assinar um contrato por dez ou vinte anos'. Não acreditas nisso, pois não? Estava à beira da morte e é-me dito que ele quer prolongar o meu contrato por mais dez ou vinte anos. Isso significa muito para alguém, e deu-me muita força. Para não mencionar todos aqueles meses em que me foi permitido recuperar no seu barco e no seu hotel. Atrevo-me a dizer que o Roman salvou-me a vida".
[Notícia corrigida às 15h23 de 9 de março]
Leia Também: Tuchel critica adeptos que cantaram nome de Abramovich
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