O encontro entre os campeões do mundo (França) e os campeões da Europa (Portugal) era o mais aguardado da terceira jornada da fase de grupos da Liga das Nações. No entanto, dificilmente se poderá dizer que correspondeu às expetativas no que aos níveis de emoção diz respeito.

A equipa das quinas esteve bem mais segura se tivermos em conta a 'pobreza franciscana' que demonstrou na igualdade diante de Espanha (especialmente no primeiro tempo), mas voltou a não ser capaz de aproveitar os talentos que tem ao seu dispor.

Ofensivamente, a equipa orientada por Fernando Santos pouco demonstrou. De tal maneira que, ao longo dos 90 minutos, apenas conseguiu criar perigo por duas vezes: aos 73 minutos, quando o golo de Pepe foi anulado por fora de jogo, e aos 90+2', quando Hugo Lloris defendeu um 'míssil' de Cristiano Ronaldo.

Do outro lado, França não esteve muito melhor. Com exceção de algumas investidas individuais de Kylian Mbappé e de um ou outro rasgo de imaginação de Antoine Griezmann, nada se viu de uma equipa onde (tal como Portugal), continuam a abundar talentos... mas não futebol.

Com esta igualdade, Portugal e França continuam a dividir a liderança do Grupo 3 da Liga A da Liga das Nações, com sete pontos cada, mais quatro do que a Croácia. Na próxima quarta-feira, os campeões em título voltam a entrar em campo, desta feita, na receção à Suécia, que ainda não saiu da 'estaca zero'.

Figura

As principais estrelas de parte a parte estiveram 'desaparecidas em combate', pelo que coube a Presnel Kimpembe assumir o protagonismo. O jovem central assinou uma exibição praticamente irrepreensível (venceu todos os duelos aéreos e todas as tentativas de corte, e ainda acertou 98% dos passes), sendo, de longe, o melhor em campo.

Surpresa

Raphael Guerreiro é muita vezes, apontado como um dos 'patinhos feios' da seleção portuguesa, mas, desta feita, pouco ou nada se lhe pôde apontar. Portugal cruzou muito (e muitas vezes para ninguém), mas só quando a bola partiu dos pés do lateral é que conseguiu criar perigo, como sucedeu no lance do golo anulado a Pepe.

Desilusão

Olivier Giroud mereceu todos os elogios que lhe foram feitos na passada quarta-feira, quando bisou na goleada aplicada por França à Ucrânia, por 7-1. No entanto, passou completamente ao lado do jogo com Portugal. Tocou apenas 26 vezes na bola, pelo que foi sem grande surpresa que se tornou no primeiro jogador a ser substituído por Didier Deschamps, aos 74 minutos.

Treinadores

Didier Deschamps: A seleção francesa tem, aquele que é, unanimemente, considerado como um dos mais vastos plantéis do futebol mundial, mas raras são as ocasiões em que 'carbura' na totalidade. Coletivamente, viu-se muito pouco da parte do conjunto gaulês, que continua a depender na demasia da 'magia' de Kylian Mbappé.

Fernando Santos: O plano para anular os franceses funcionou na totalidade enquanto Danilo Pereira, William Carvalho e Bruno Fernandes tiveram 'pernas' para segurar o meio-campo. Depois disso, Portugal perdeu por completo o fio do jogo. Ofensivamente, continua a ver-se muito pouco, apesar do potencial do tridente Bernardo Silva-João Félix-Cristiano Ronaldo.

Árbitro

Critério disciplinar perfeitamente incompreensível de Carlos del Cerro Grande. Exibiu (bem) o cartão amarelo a Rúben Dias na primeira falta do jogo, sobre Olivier Giroud, mas acabou por deixar as restantes cartolinas no bolso na hora de admoestar jogadores como N'Golo Kanté ou Paul Pogba.

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