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"Estou certo que os Sportinguistas não se deixaram enganar", diz BdC

Ex-presidente do clube de Alvalade, Bruno de Carvalho, fez-se representar na Assembleia Geral do Sporting através da sua irmã que leu uma mensagem aos sócios leoninos.

"Estou certo que os Sportinguistas não se deixaram enganar", diz BdC
Notícias ao Minuto

16:02 - 15/12/18 por Notícias Ao Minuto

Desporto Mensagem

O Sporting, em Assembleia Geral, decide este sábado pela destituição de sócio ou não de Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting que se encontra suspenso pelo emblema de Alvalade.

Na reunião que decorre neste momento no Pavilhão João Rocha em Alvalade, o ex-dirigente leonino fez-se representar pela sua irmã, que leu uma mensagem redigida por BdC.

Numa longa intervenção, Bruno de Carvalho assume o orgulho no trabalho feito, assume que por vezes poderá ter errado, e aborda ainda o dia do ataque de adeptos verde e brancos à Academia de Alcochete.

Confira as declarações do antigo máximo dirigente do emblema de Alvalade:

"INTERVENÇÃO NA AG

Caras e Caros Sportinguistas,

Tinha eu 6 anos, quando o meu pai me levou ao antigo Estádio José Alvalade. Quando volto àquele momento da minha infância, ainda sinto como o meu coração bateu acelerado, e a clareza com que soube, que ali, estava a missão e o sonho da minha vida: ser presidente do Sporting Clube de Portugal.

Os anos foram passando e o que ali descobri, foi-se estruturando e transformando em sentido de missão e responsabilidade.

Preparei-me. Vivi o nosso Clube de todas as formas: adepto, sócio, no estádio e nos pavilhões. Criei a Fundação Aragão Pinto, formei-me em gestão, fiz o mestrado em gestão de organizações desportivas, tirei o curso de treinador. Em 2011, formei uma equipa e candidatei-me à presidência do Sporting Clube de Portugal.

Com muito pesar, não foi ali que pudemos dar o primeiro passo em direção àquela que seria a nossa missão, devolver o Sporting aos Sportinguistas. Resilientes, não baixámos armas. E apesar de termos de esperar, e assistir à pior situação financeira e desportiva de sempre no nosso Clube, recandidatámo-nos em 2013 e assim começou a nobre missão para a qual todos vocês confiaram em mim, e na minha equipa.

Em cinco anos, fomos capazes de transformar o Sporting. E é um facto que em 2018, deixámos o nosso Clube muito mais forte do que o encontrámos.

Revitalizámo-lo. Trabalhámos na sua recuperação económica, financeira e desportiva, pagando dívidas e salários em atraso, recoperando passes de jogadores, devolvendo aos Sportinguistas as modalidades que fazem parte do nosso ADN. Construímos património, tornámos o nosso Clube mais eclético e ganhador, aumentámos exponencialmente o número de associados, lutámos por um futebol português mais verdadeiro e transparente.

Voltámos a recuperar o respeito internacional, e, o mais importante, devolvemos aos sócios e adeptos o orgulho de ser Sportinguista.

Todos conhecem a obra que deixámos feita:

- O pavilhão João Rocha;- Os sócio e regresso num minuto;- A unificação da Curva Sul;- O nº 12 só para os adeptos;- A Gala Honoris Sporting;- O Congresso The Future of Football;- Fomos a única Direcção, nestas últimas décadasapresentou resultados financeiros positivos, no Clube e SAD;- Negociámos o maior contrato de direitos televisivos de sempre de um Clube português;- Executámos e negociámos uma reestruturação financeira elogiada em todos os quadrantes;- Realizámos juntos com todos os Sportinguistas aconstrução da Cidade Sporting – pavilhão, 3 campos de futebol e a Rotunda;- Passámos de 35 para 55 modalidades, trazendo de volta modalidades históricas do Clube como o Hóquei em Patins e o Volleyball;- 2018 foi o ano com mais títulos, europeus e nacionais, conquistados na história de um Clube português;

E tantos outros feitos que juntos alcançámos...Cinco anos e meio depois, estamos numa Assembleia Geral, que será determinante para começar a sarar feridas entre Sportinguistas, e trazer justiça a dirigentes que tanto deram por este Clube, elevando os patamares de exigência, atitude e compromisso.

A todos vós, ilustres Sportinguistas, agradeço do fundo do meu coração a presença nesta assembleia.

Hoje os sócios do Sporting Clube de Portugal são chamados a dizerem SIM ou NÃO ao levantamento da pena de suspensão com que fui punido, juntamente com dirigentes que estiveram comigo até ao fim, no Conselho Diretivo a que tive a honra de presidir, entre março de 2013 e junho de 2018.

Travámos imensas batalhas e mexemos em muitos interesses. Desde o início do mandato percebemos que existiam duas possibilidades de caminho de gestão: juntarmo-nos aos interesses, ou juntarmo-nos à maioria dos sócios...

Estivemos sempre do vosso lado, ao lado dos sócios.

Apelámos à militância e à união, pois só assim, os interesses do clube prevaleceriam. Hoje sinto, que os sócios que em mim depositaram a sua leal confiança para erguer o Sporting, não me viraram as costas. Mas sim, subestimaram o poder de manipulação da comunicação social e distraíram-se. Eles aproveitaram-se disso, e tem sido fulminante.

Tenho um grande orgulho no trabalho que eu e a minha equipa desenvolvemos, mas neste caminho de transformação do Sporting, nem tudo foi perfeito: EU ERREI.

Cometi o erro de ter sido voluntarista na defesa dos Foi uma defesa cega e intransigente, confesso. De tal forma que dei à comunidade sportinguista a ideia de que estaria agarrado ao poder quando a única coisa a que estava realmente agarrado era à incondicional defesa do nosso Sporting.Da nossa família. Porque é assim que defendemos a família.

Cegos de convicção, e com as melhores intenções.

Percebo hoje, que aquele caminho que eu achava ser o certo, em alguns momentos não abonou a nossa família.

Posso dizer-vos também que APRENDI.

Hoje, olho para trás e vejo claramente como estava enganado. Por isso, mesmo sabendo que sempre defendi os superiores interesses do Sporting Cube de Portugal, fiz mal,e por essa razão peço desculpa a todos os Sportinguistas!

Nenhum sportinguista merece o sofrimento que temos passado. Nós merecemos ser felizes.

No dia negro da invasão à Academia de Alcochete, para mim teria sido muito mais fácil defender os meus interesses: pedia a demissão, íamos a eleições e hoje quem sabe, ainda seria presidente e tudo seria diferente. Era simples.

Acontece que, naquele momento, algo em mim se recusou a acreditar no sucedido e fiquei sem reação – ocorrendo-me apenas não desistir de defender o Sporting na presidência,levando adiante o empréstimo obrigacionista já aprovado e em curso, e a renegociação da restruturação financeira, procurando assim, minimizar as consequências provocadas pelo crime ocorrido em Alcochete.

Num momento de fragilidade no nosso Clube, devido aos acontecimentos trágicos já referidos, a demissão pública de dois órgãos sociais (da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar) veio fragilizar ainda mais a nossa situação. Apesar dos vários pedidos do Conselho Diretivo, estes órgãos sociais negaram sempre proceder conforme os estatutos: um pela não marcação das Assembleias Gerais (de aprovação de orçamento e eleitoral para os órgãos demissionários) e outro, pela não realização do parecer sobre o orçamento.

Perante esta situação, o Conselho Diretivo deliberou a delegação da competência a uma comissão transitória da Mesa da Assembleia Geral por forma a realizar as duas Assembleias. Decisão essa suportada juridicamente pelo artigo 173 do Código Civil e na Jurisprudência dominante, nomeadamente do Supremo Tribunal de Justiça.

Acabei imolado em praça pública por alguns órgãos de comunicação social sem ética, sem escrúpulos e sem vergonha, que não olham a meios para alcançar os fins, que nem a minha família preservou nesta chacina mediática sem precedentes em Portugal.

Nesta semana importante para a promoção da paz e da tolerância no Sporting Clube de Portugal, voltei a sofrer ataques ferozes, movidos pelo intuito de manipular ainda mais o discernimento dos sócios do nosso Clube. Mas estou certo que os Sportinguistas não se deixaram enganar!... Não vou reagir. Nem alimentar as suposições maldosas e as mentiras que escreveram e re-escreveram. Recuso-me a alimentar os seus cofres com capas de jornais e revistas! Não lhes darei o que eles querem!

Deixem o Sporting e os Sportinguistas em paz!

Com a consciência tranquila relativamente a tudo o que fiz no nosso Clube, ainda acredito que, no final, a competência e a independência da justiça portuguesa acabarão por esclarecer tudo, e desmascarar o que realmente aconteceu.

Por fim, dizer a todos os sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal que hoje apresento-me aqui na voz da minha irmã, não porque não quisesse estar presente. É com a família que queremos sempre estar, e todos vocês continuam a ser parte integrante da minha. A minha ausência representa o respeito pelo Sporting. O respeito por esta Assembleia Geral.

A minha presença, que me é um direito adquirido enquanto sócio, infelizmente iria dar aos órgãos de comunicação social, que diariamente me chacinam, motivo para desviar a atenção do assunto principal desta Assembleia devolver aos sócios suspensos o direito de voltarem a ser Sportinguistas em pleno!

Eu, continuo a ser o mesmo homem que fez do Sporting Clube de Portugal um Clube mais forte e que mereceu a vossa aprovação esmagadora nas eleições de 2017! Quelutou pelo nosso Clube com a força de um Leão durante cinco anos e meio!

Quando hoje, forem chamados a votar, peço, humildemente, a todos os Sportinguistas que pensem nesse homem, e no melhor dos cincos anos de trabalho e dedicação que entreguei com afinco e paixão ao nosso Clube. Pensei no Bruno de 6 anos que da forma mais genuína fez do Sporting a sua missão.

Vocês merecem ser felizes! Nós merecemos ser felizes.

E no que depender de mim, irei sempre pugnar por um Sporting dos sócios e para os sócios! Por um Sporting Clube de Portugal forte, independente e competitivo!

Viva o Sporting Clube de Portugal!"

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