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Teatro da Rainha estreia 'Play House', de Martin Crimp, em outubro

'Play House', de Martin Crimp, tem estreia nacional marcada para o dia 05 de outubro, nas Caldas da Rainha, na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, que produz uma peça do dramaturgo britânico, pela terceira vez.

Teatro da Rainha estreia 'Play House', de Martin Crimp, em outubro
Notícias ao Minuto

14:15 - 30/09/17 por Lusa

Cultura Caldas da Rainha

A caixa preta que encerra a Sala Estúdio do Teatro da Rainha transforma-se, de 05 e 28 de outubro, no cenário onde, em 13 cenas, se desenrolam as brincadeiras de um jovem casal que acaba de se instalar.

No "laboratório de intimidade em experimentação", como lhe chama o encenador, Fernando Mora Ramos, o casal começa a declarar amores recíprocos e a levar na brincadeira a vida a dois. Mas "ser dois" é complicado, e o imaturo casal depressa acusa o desgaste de compartilhar a vida no espaço de uma "Play House", onde cada vez se brinca menos e discute mais.

"As tentações e as chatices são muitas", ironiza Fernando Mora Ramos, no final de um ensaio aberto à comunicação social, depois de Isabel Carvalho (Kristin) e António Parra (Simon) desfilarem em palco um rosário de problemas, que vai desde o ataque psicótico do pai dela, que pega fogo às cortinas, às chatices com alunos indisciplinados, ou a decisões sérias como ter ou não ter filhos.

Nos 50 minutos que dura a peça, ele sobe na carreira, ela queixa-se de que a casa é um pardieiro, a vizinha de cima propõe uma curtição a três, ela diz que ele já não a ama, ele diz que se calhar sim e, que se calhar, contra todas as expectativas, podem ser felizes.

"Como será o futuro daqueles dois?", interroga-se Fernando Mora Ramos, interrogam-se os atores e haverá de interrogar-se o público já que, como diz António Parra, "os textos dizem tanto e tão pouco".

Das personagens em palco, nada de sabe e tudo se subentende nas meias palavras ou nos gestos que traem emoções e que se sucedem a uma ritmo frenético em que os atores, sem sair do palco, mudam 12 vezes de roupa e de cenário.

Tecnicamente, é "o maior desafio da peça", concordam atores e encenador, que em placo fazem, na frente do público, as mudanças de um texto mais pensado para o cinema e encenado sem "cortes" de cenas nem intervalo.

"Play House", a que Mora Ramos chama a "psicologia dos amores e dos humores", exposta ao público pela crueza da escrita de Martin Crimp, é a terceira encenação do autor que o Teatro da Rainha leva à cena, depois de, em 2012, ter apresentado "O Estranho Corpo da Obra", que combina os textos do autor "Contra a Parede" e "Menos Emergências", e, em 2014, "Definitivamente as Bahamas".

Na altura, Fernando Mora Ramos já definira o teatro de Crimp como "um verdadeiro Cavalo de Troia, crítico e cruel, cómico, no interior das consciências e do sistema burguês parlamentar 'representativo', que serve o financismo".

A peça, com tradução de Isabel Lopes, encenação de Fernando Mora Ramos e interpretação de Isabel Carvalho e António Parra, ficará em cena até ao dia 28 de outubro, de quarta a sábado às 21:30, e durante a semana, com sessões para escolas.

O Teatro da Rainha foi fundado nas Caldas da Rainha há mais de três décadas, tendo desenvolvido atividade em Évora, Coimbra, Lisboa e Porto, antes de regressar à cidade de origem, onde tem em curso, há alguns anos, o projeto da "caixa preta", uma nova sede onde pretende aprofundar as suas práticas de experimentação, criação e formação.

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