Nova edição de 'Clepsidra' marca 150 anos do nascimento de Pessanha
Os 150 anos do nascimento do poeta português Camilo Pessanha vão assinalar-se a 31 de agosto, em Macau, com uma nova edição da obra 'Clepsidra', em forma de missal, anunciou hoje o jornalista Carlos Morais José.
© Wikimedia Commons
Cultura Macau
Este lançamento, que vai decorrer no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, marca o arranque das comemorações dos 150 anos do nascimento do poeta, que viveu entre 1894 e 1926, na cidade onde morreu.
É "uma data que não podia passar sem uma manifestação cultural que trouxesse o poeta, um símbolo da cidade de Macau e uma das figuras mais importantes que aqui viveu, à memória das pessoas", sublinhou o responsável pela iniciativa e diretor do jornal Hoje Macau.
Ao longo de uma semana, de 01 a 07 de setembro, desta feita no edifício do antigo tribunal, Pessanha vai ser lembrado através de um conjunto de exposições de artes plásticas e de fotografia, conferências, inauguração de arte pública e lançamento vários livros, disse.
No dia 01 de setembro, "inicia-se oficialmente" a semana dedicada a Camilo Pessanha com a inauguração de duas exposições: uma de artes plásticas, com o título "Pessanha, a última fronteira", com a participação de vários artistas de Macau com obras "inspiradas no poeta". A outra exposição, "Cleptocronos", é de fotografia de António Falcão, que vive em Macau.
No mesmo dia vai ser lançada a versão em chinês da "Clepsidra", numa tradução de Yao Feng e edição do Instituto Cultural de Macau.
"Vamos ter mais de 20 participantes, 11 de fora e os restantes locais, nesta semana de iniciativas sobre Pessanha", adiantou Carlos Morais José, sobre o programa que vai decorrer ao longo da semana.
"A maior parte dos participantes são escritores conhecidos em Portugal e em Moçambique, como António Cabrita, que vêm cá falar de Pessanha e das suas obras", afirmou.
Um dos objetivos desta iniciativa é "motivar as novas gerações a produzir", considerou Carlos Morais José, explicando ter decidido avançar com a organização desta semana "por não ter visto nenhum evento preparado pelas autoridades competentes".
A 07 de setembro, dia em que Pessanha nasceu, vai realizar-se "uma romagem ao cemitério, seguido de um almoço com a família do poeta" na Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC). A sessão de encerramento das celebrações vai estar a cargo de Luís Sá Cunha, com uma intervenção sobre "Por que é Camilo Pessanha o poeta de Macau", disse.
Um jantar de gala no antigo hotel Bela Vista, atual residência do cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, em que a "ementa será idêntica a que comia Pessanha no início do século XX" encerra a semana.
Além das exposições, conferências e recitais de poesia em mandarim, cantonense e português, Carlos Morais José adiantou que vão ser lançados sete livros: "Abril" de Amélia Vieira, "O exorcismo" de José Drummond, "Returning home dirty with the light" de Rui Cascais, "Karadeniz - Entrevista com um assassino" de Paulo José Miranda e "Morri" de António Falcão.
Durante a semana vão também ser inauguradas três esculturas públicas da autoria de Carlos Marreiros, no Leal Senado, no Jardim Marginal e no Albergue SCM (Santa Casa da Misericórdia), acrescentou o diretor do jornal Hoje Macau.
Carlos Morais José destacou também a colaboração com a Teledifusão de Macau (TDM), na transmissão de poemas em vídeo e áudio.
Em data a anunciar, vai ainda ser inaugurada uma exposição histórica "Macau no tempo de Camilo Pessanha" (1867-1926), sobre o "ambiente físico, intelectual e político" em que viveu o poeta, disse o responsável, sobre o programa que marca os 150 anos do nascimento do poeta português e que contou com o apoio da Casa de Portugal em Macau, da Confraria da Gastronomia Macaense e da Associação para a Instrução dos Macaenses (APIM), entre outos.
Considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, Camilo Pessanha nasceu em Coimbra a 01 de setembro de 1867 e morreu em Macau a 01 de março de 1926.
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