Um Android e um balde unem comunidades no Uganda
O Instituto de Tecnologias Interativas da Madeira (MITI) está a desenvolver um projeto para a UNICEF, que consiste numa plataforma técnico-social que una as comunidades no Uganda, com recurso a um telefone, um balde e painéis solares.
© Reuters
Tech Projeto
"Basicamente, é um sistema de rádio comunitário, que utiliza tecnologia Android, feito num balde, com painéis solares, instalado numa antena de 15 metros e que permite colocar as comunidades de zonas remotas em contacto", explicou Nuno Nunes, presidente do MITI.
O projeto pretende dar às comunidades do Uganda uma mistura de comunicações, unindo-as numa única plataforma, designada 'rootIO'.
O autor do projeto é Christopher Csikszentmihályi, responsável pela Cátedra do Espaço Europeu da Investigação, do MITI, que visa a promoção, investigação e inovação na área do Design e Interação Humano-Computador.
O projeto 'rootIO' foi inicialmente criado nos Estados Unidos da América mas, aquando da nomeação para a cátedra, Csikszentmihályi trouxe também o projeto para a Madeira e, recentemente, já foi instalada a primeira estação em Patongo, norte da Uganda.
O projeto pretende vir a funcionar como rede interativa, de "uma forma extremamente simples e pouco dispendiosa, enquanto se poderão manter as raízes e a linguística das diversas comunidades envolvidas".
Nas zonas rurais do Uganda, o tradicional rádio servirá para instruir sobre a SIDA ou para marcar "mercados de produtos regionais", entre outras possibilidades que deixam de estar limitadas pela falta de comunicações.
Apesar "das maravilhas da tecnologia dos telefones móveis e da Internet, o rádio ainda é uma forma de transmissão de conteúdos usada em muitos casos para receber informação", explicou Nuno Nunes.
Nestas comunidades mais remotas e rurais, as infraestruturas existentes ainda são limitadas e o projeto permite utilizar "o telefone como antena e, ao mesmo tempo, como estação de rádio".
Uma chamada telefónica originada para uma destas estações é retransmitida para outras, como se "de um sinal de rádio se tratasse".
Segundo Christopher Csikszentmihályi, o projeto, com duração estimada de dois anos, está orçado em cerca de 250 mil dólares (cerca de 228 mil euros), prevê a instalação de quatro estações de comunicação no Uganda, que vão servir 150 mil pessoas.
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