"Temos de ser realistas" quanto à estratégia climática europeia
Santana Lopes e António Vitorino debateram, na Rádio Renascença, a necessidade de um debate europeu sobre as questões climatéricas e a forma rentável de reduzir o efeito de estufa.
© Global Imagens
Política António Vitorino
Prestes a realizar-se uma nova conferência da ONU para chegar a um novo acordo sobre questões climatéricas, António Vitorino e Santana Lopes debateram os pontos de equilíbrio entre a necessidade de combater as alterações climáticas e de manter níveis de sustentabilidade económica e social a curto prazo, na Renascença.
Para António Vitorino a estratégia de combate às alterações climáticas tem que um “ter apoio popular” com “sustentação económica”.
“Não podemos explicar às pessoas que, porque o planeta está sobreaquecido, temos que fazer coisas que acabam por criar situações de grande insustentabilidade social no curto prazo”, afirmou aos microfones da Rádio Renascença, lembrando que "numa altura em que o grande flagelo económico é o anémico crescimento económico e o desemprego, temos que ser realistas”.
Santana Lopes defende que “a Europa tem que ser mais aberta” às “novas fontes de produção energética”, lembrando que o peso da União Europeia desceu em termos de emissões de gases com efeito de estufa.
A Comissão Europeia pretende reduzir em 40%, em comparação com dados de 1990, os gases com efeito de estufa. Uma das suas propostas é a exploração de gás de xisto, que é libertado por processos de fracking ou fracturação.
Mas para António Vitorino a questão é muito mais complexa.
“A questão energética aprofundou o fosso de competitividade entre os Estados Unidos e a Europa. Devemos fazer um debate europeu sobre a questão energética […] É olhar para o continente e ver em que medida é que a solidariedade europeia pode traduzir-se em garantias de segurança de abastecimento, condições contratuais mais vantajosas e uma partilha do risco energético à escala continental”, disse.
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