POUPANÇA NO MINUTO
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"O Daniel não é um monstro", diz advogada
Daniel Neves, de 17 anos, é acusado ter assassinato Filipe, um jovem de 14 anos, em Salvaterra de Magos, num crime de contornos particularmente violentos.
© Global Imagens
País Salvaterra
Teresa Manique é a advogada oficiosa que ficou responsável pela defesa de Daniel Neves, que tem estado sob o olhar público desde que se sabe que está acusado do assassinato de Filipe.
Em entrevista ao jornal i, a advogada de Daniel explica por que razão quer ficar com o caso: “Julgar cabe aos juízes”, diz. Já um advogado só pode “fazer o que melhor pode e sabe”. Por enquanto, continuará a ser ela a defender Daniel, caso o suspeito a queira manter como advogada. Mas Teresa Manique fala também dos erros do Estado e da empatia que ganhou pelo menor.
“Gosto do Daniel e acho que ele precisa de ajuda”, diz ao i, explicando que criou empatia com o jovem e que, até meados desta semana, foi mesmo ela a única pessoa a visitar e a ligar a Daniel, que se encontra detido.
Sobre as críticas da mãe de Daniel, que escreveu no Facebook que já não o considerava ser filho, Teresa Manique é particularmente crítica. “Como mãe, estarei sempre ao lado das minhas filhas, façam elas o que fizerem”. E após ter falado com a mãe de Daniel um par de vezes, optou por não “mais conversar com ela” desde que viu a entrevista que deu, de cara tapada, à TVI. “Como pode uma mãe acompanhar o seu filho se esconde a face?”, questiona.
Não abordando muitos pormenores sobre o caso, que ainda está sob investigação, Teresa Manique deixa apesar de tudo críticas ao Estado, particularmente se se confirmar que o percurso de vida de Daniel implicou períodos à guarda do Estado. Sobre a violência juvenil, diz, “a culpa começa nos pais e acaba no Estado. O Estado não se pode demitir da função que tem”.
A advogada tem alertado Daniel para a possibilidade de passar vários anos preso. Mas teme que o sistema prisional piore as coisas. “Quem não é criminoso sai de lá criminoso. É uma verdadeira escola do crime”, diz sobre o sistema prisional.
Sobre o que terá levado Daniel a cometer o crime brutal de que é acusado, Teresa Manique considera que "ainda há coisas por apurar". Mas revela que “a noção de bem e mal que nós temos, ele não tem. Por isso é que digo que o Estado falhou”. E apesar de tudo, não tem dúvidas: “Para mim, o Daniel não é um monstro”.
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