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Presidente de Cabo Verde em Sines para conhecer "caso ímpar" de integração

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, visitou hoje a comunidade cabo-verdiana em Sines, no distrito de Setúbal, que considerou um "caso ímpar" de integração, tendo sido recebido com satisfação pela população.

Presidente de Cabo Verde em Sines para conhecer "caso ímpar" de integração
Notícias ao Minuto

06:00 - 29/03/15 por Lusa

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"Parece-me um caso ímpar, um caso especial de uma comunidade perfeitamente integrada na região onde está inserida", disse Jorge Carlos Fonseca aos jornalistas durante a sua visita ao Bairro Amílcar Cabral, onde vive grande parte da comunidade cabo-verdiana de Sines, no litoral alentejano.

O Presidente daquele país africano afirmou ter-se sentido como "em casa", motivo pelo qual saía "muito bem impressionado" da visita à cidade, onde vivem, segundo a Associação Caboverdiana de Sines e Santiago do Cacém, cerca de mil cabo-verdianos.

Para Ana Ramos, de 57 anos e natural da ilha de São Nicolau, foi uma "emoção" receber o chefe de Estado do seu país, que não conseguiu esconder quando questionada pela agência Lusa.

A viver há 32 anos em Sines, Maria Teresa Rosa, de 65 anos, manifestou-se "feliz" pela visita de Jorge Carlos Fonseca, que achou "muito simpático".

A mulher, reformada por invalidez, nasceu na cidade da Praia, mas partiu com 19 anos para Angola e diz já não se lembrar "muito bem" de Cabo Verde.

A passagem de Jorge Carlos Fonseca por Sines, que fica a pouco mais de 150 quilómetros a sul de Lisboa, insere-se num conjunto de visitas a comunidades cabo-verdianas residentes em Portugal.

Este contacto é "importante" para "unir os cabo-verdianos, manter a coesão social, manter e elevar a autoestima" das populações, realçou o chefe de Estado.

"A cultura cabo-verdiana é muito forte", frisou, por isso, "mesmo pessoas que nunca foram a Cabo Verde, filhos e netos de cabo-verdianos, conhecem e comem a cachupa, o cuscuz, o pastel de milho, falam crioulo, dançam batuque, dançam funaná, cantam mornas".

Francisco Rosário, de 35 anos, é um exemplo dessa ligação, pois, apesar de ter nascido em Portugal, de pais oriundos da ilha de São Nicolau, tem uma grande vontade de manter a tradição cabo-verdiana.

"Não se pode perder a tradição", disse à Lusa, ao mesmo tempo que lamentava que os "mais novos" já não "liguem muito" à comunidade.

Francisco gostou de conhecer o Presidente da República, como todos os outros políticos e governantes que têm passado pelo Bairro Amílcar Cabral, considerando esses momentos para "viver com alegria" e não "fazer queixas", opinião partilhada pelas mulheres que falaram à Lusa.

Apesar disso, a presidente da Associação Cabo-verdiana, Gracinda Luz, confessou aos jornalistas que a comunidade tem sido afetada pela crise económica em Portugal, sobretudo devido ao desemprego, sendo que a maioria dos cabo-verdianos em Sines trabalha no setor das pescas, na construção civil e nas indústrias.

A visita de Jorge Carlos Fonseca assinalou também a "pré-inauguração" da nova sede da associação, o que Gracinda Luz considerou como o "reconhecimento" do trabalho feito em prol da comunidade.

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