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Se 'sim' vencer, Varoufakis admite demissão do governo grego

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse hoje à rádio australiana que o seu governo poderá demitir-se no caso da vitória do 'sim' no referendo do próximo domingo, mas que dialogará com os sucessores.

Se 'sim' vencer, Varoufakis admite demissão do governo grego
Notícias ao Minuto

09:01 - 02/07/15 por Lusa

Mundo Grécia

"Podemos demitir-nos, mas faremo-lo em espírito de cooperação com os que vierem", declarou Varoufakis, numa entrevista à rádio pública australiana ABC.

No referendo do próximo domingo, os gregos vão ser consultados sobre se aceitam ou não os termos propostos pelos credores (Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu) para manter o financiamento ao país. Sendo que até lá, até dia 5 de julho, as negociações entre a Grécia e os credores estão suspensas.

Momentos depois, em entrevista à Bloomberg, o ministro das Finanças grego foi mais longe e assumiu que prefere “cortar um braço” a assinar um acordo que não torne a dívida grega sustentável, caso o ‘sim’ vença no referendo.

“Não assinarei um acordo de ‘extensão e fingimento’ que não corrija os erros do passado e que não aborde questões fulcrais como a sustentabilidade da dívida”, declarou.

À questão sobre se considera que a chanceler alemã, Angela Merkel, espera uma mudança de regime com o referendo, Varoufakis disse apenas que “é evidente” que os governos europeus não querem trabalhar com o governo grego.

As seis razões de Varoufakis pela defesa do 'não'

Ontem, o ministro das Finanças grego defendeu o voto do ‘não’ e sustentou o seu apelo em seis pontos. Na referida publicação, Varoufakis defende que o ‘não’ dará força à Grécia para enfrentar as negociações com os credores, a quem acusa de serem os responsáveis pela atual crise.

Varoufakis garante que “as negociações ficaram paradas porque os credores se recusaram a reduzir a nossa dívida pública que é impagável e insistiram que ela deveria ser paga ‘parametricamente’ pelos membros mais vulneráveis da nossa sociedade, as suas crianças e os seus netos”.

Na segunda razão, o governante escuda-se no “FMI”, nos “Estados Unidos”, em “muitos outros governos do mundo” e na “maioria dos economistas independentes”, referindo que todos “acreditam – tal como nós [gregos] – que a dívida deve ser reestruturada”.

Além disso, refere no terceiro ponto, “em novembro de 2012 o Eurogrupo concedeu que a dívida devia ser reestruturada, mas agora recusa comprometer-se com a reestruturação”.

Como quarto motivo para os gregos votarem ‘não’ no referendo, Varoufakis aponta que “desde o anúncio do referendo, as autoridades europeias têm enviado sinais de que estão dispostas a discutir a reestruturação da dívida”, o que para o dirigente grego é sinal de que “as autoridades europeias também votariam ‘não’ à sua própria oferta ‘final’”.

A quinta razão é uma garantia: “A Grécia vai ficar no euro”. “Os depósitos nos bancos gregos estão a salvo. Os credores escolheram a estratégia da chantagem, baseada no encerramento dos bancos. O corrente impasse deve-se a esta escolha dos credores e não ao facto de o governo grego ter descontinuado as negociações ou a qualquer ideia que a Grécia tenha de sair do euro. O lugar da Grécia na zona euro e na União Europeia não é negociável”, acrescenta.

Por fim, Varoufakis defende que “o futuro requer uma Grécia orgulhosa dentro da zona euro e no coração da Europa”.

“Este futuro requer que os gregos digam um grande ‘não’ no domingo, que digam que vamos ficar na zona euro e que pelo poder que esse ‘não’ nos confere, vamos poder renegociar a dívida pública da Grécia assim como decidir como será feita a distribuição dos esforços entre os ricos e os pobres”, conclui.

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