Economistas escrevem carta a Bruxelas para que façam "uma boa história"
Vários economistas de esquerda, de diversas nacionalidades, mobilizaram-se na segunda-feira para defender a Grécia e escreveram uma carta aberta dirigida aos líderes europeus, pedindo que façam de Atenas "uma boa história".
© Reuters
Mundo Atenas
A carta aberta, que foi publicada na segunda-feira pelo Financial Times, é assinada por 19 economistas e investigadores, incluindo o Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz, o francês Thomas Piketty, o antigo primeiro-ministro italiano Massimo d'Alema, o ex-governador do banco central de Chipre Panicos Demetriades, e o economista norte-americano James Galbraith, próximo no ministro grego das Finanças.
Com o título "A oportunidade de os líderes europeus criarem uma boa história", os economistas pedem a Bruxelas que "permita à Grécia pagar os 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional a 30 de junho" e que permita também uma troca de dívida dos títulos do Banco Central Europeu devidos em julho e agosto por títulos do fundo de resgate, com maturidades mais longas e taxas de juro mais baixas.
"Depois recomecem de novo, tendo em conta, primeiro, que a política contracionista de austeridade exigida à Grécia tem sido desacreditada pelo próprio departamento de investigação do FMI e, segundo, que os líderes do Syriza estão comprometidos a adotar reformas com mais alcance no Estado grego - se conseguirem a latitude para o fazer", rematam os economistas na curta carta.
Hoje, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, confirmou em Atenas que a Grécia não vai reembolsar o empréstimo de cerca de 1,6 mil milhões de euros ao FMI, que vence hoje.
Varoufakis foi questionado por jornalistas que o esperavam à entrada do Ministério das Finanças em Atenas. "Não", respondeu laconicamente, antes de entrar no ministério.
Anteriormente, a ministra-adjunta das Finanças grega, Nadia Valavani, tinha afirmado que Atenas não iria reembolsar o empréstimo de cerca de 1.600 milhões de euros ao FMI, salvo se fosse encontrada uma solução de última hora que permitisse enfrentar este pagamento e evitar entrar em "incumprimento".
Valavani afirmou hoje em declarações à televisão pública que o pagamento ainda seria possível se a Grécia conseguisse os 1.800 milhões de euros dos rendimentos dos títulos de dívida gregos de 2014 que estão nas mãos do Banco Central Europeu (BCE).
A ministra insistiu que para fazer o reembolso não seria necessário um novo acordo com as instituições (Comissão Europeia, BCE e FMI) porque faz parte do programa de resgate vigente.
Até às 18:00 horas em Washington (00:00 em Lisboa), a Grécia pode efetuar este reembolso que agrupa três pagamentos de junho, caso contrário entrará em incumprimento em relação ao FMI.
Se a Grécia não pagar hoje, é iniciado um processo de tramitação, que, como recordou Valavani, pode durar um mês até que seja declarado o incumprimento.
Uma vez que se confirme que a Grécia não pagou, espera-se que a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, informe o Conselho Executivo da instituição, possivelmente no mesmo dia.
Um dia crucial para a liquidez da Grécia voltará a ser quarta-feira, quando se espera que o Conselho de Governadores do BCE decida se mantém a provisão de créditos de urgência à banca grega.
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