"Devemos todos lutar contra o terrorismo", afirmou o chefe de Estado francês aos jornalistas depois de ter participado numa marcha internacional contra o terrorismo, no dia em que ocorre a segunda ronda das eleições departamentais em França.

"O terrorismo quis magoar um país, a Tunísia, que se comprometeu com a Primavera Árabe e que teve um percurso exemplar em matéria de democracia, de pluralismos e de defesa dos direitos das mulheres", destacou.

Para François Hollande, "França, amiga da Tunísia, tinha de estar hoje" em Tunes, porque, "mesmo que os franceses estejam a votar (...) nada devia impedir a [sua] presença" na capital do país, "ao lado do povo tunisino".

Recordando a manifestação de 11 de janeiro em Paris, depois dos ataques contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo e contra um supermercado judaico na capital francesa, Hollande afirmou que "os tunisinos também quiseram que houvesse esta solidariedade internacional para lutar contra o terrorismo".

"Temos com a Tunísia uma cooperação em matéria de informação e de segurança que ainda vamos reforçar (...) para prevenir todos os atos terroristas que eventualmente possam ser preparados por grupos fanáticos", adiantou o chefe de Estado francês.

Milhares de tunisinos e personalidades internacionais marcharam hoje "contra o terrorismo" em Tunes, a capital do país, depois do massacre contra turistas estrangeiros no Museu Nacional do Bardo, há pouco mais de uma semana.

Segundo a polícia local, a marcha contava com cerca de 12.000 pessoas e muitos envergavam bandeiras tunisinas, ao mesmo temo que cantavam "a Tunísia é livre, fora o terrorismo".

O ataque de 18 de março contra o Museu Nacional do Bardo, o mais prestigiado do país e localizado ao lado do Parlamento, fez 21 mortos, na sua maioria turistas, e foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Entre os convidados internacionais que confirmaram presença estão os chefes de Estado francês e polaco, François Hollande e Bronislaw Komorowski, respetivamente, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Garcia-Margallo.

Tunes espera igualmente a presença dos primeiros-ministros italiano e argelino, Matteo Renzi e Abdelmalek Sellal, respetivamente, e da Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini.

Portugal vai estar representado pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, e pelo vice-presidente da Assembleia da República, Miranda Calha.