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Iémen: Ataques aéreos liderados por Arábia Saudita matam 39 civis
Os ataques aéreos desencadeados no Iémen pela coligação dirigida pela Arábia Saudita contra posições dos rebeldes xiitas provocaram em cerca de 24 horas a morte a pelo menos 39 civis.
© Reuters
Mundo Conflito
Doze das vítimas terão sido mortas quando um ataque visando uma base militar no norte de Sanaa atingiu áreas residenciais vizinhas, disseram responsáveis do Ministério da Saúde, controlados pelos rebeldes xiitas houthis à agência noticiosa francesa AFP.
De acordo com a AFP, o ataque tinha como alvo a base militar Al-Samaa, usada por unidades do exército que seguem as ordens do seu antigo comandante, Ahmed Ali Saleh, suspeito de ser um aliado dos rebeldes houthis.
Ao início da manhã de hoje, três outros ataques atingiram o complexo do palácio presidencial no norte de Sanaa, controlado pelos houthis, de acordo com testemunhas.
Durante a noite, um acampamento do exército leal ao ex-Presidente Ali Abdallah Saleh, situado a leste de Sanaa, na província de Marib, também foi bombardeado, relataram fontes tribais.
Um oficial militar disse à AFP que aviões da coligação liderada pela Arábia Saudita tinham também bombardeado durante a noite um acampamento militar onde se encontrava "um importante depósito de armas", no subúrbio sul de Sanaa.
A fonte relatou a existência de "dezenas" de vítimas neste acampamento, cujo comando é leal ao ex-Presidente Saleh, deposto em 2012, após 33 anos no poder, e que hoje é acusado de ser aliado dos rebeldes xiitas.
A operação militar, apelidada de ‘Tempestade decisiva’, foi desencadeada na noite de quarta para quinta-feira por forças sauditas contra diferentes posições dos houthis.
A intervenção militar visa apoiar o Presidente iemenita, reconhecido pela comunidade internacional, Abd Rabbo Mansour Hadi, cujas forças são incapazes de lidar com o avanço dos rebeldes, que em setembro entraram em Sanaa.
A coligação dirigida pela Arábia Saudita reúne dez países, incluindo cinco monarquias do Golfo, tem como objetivo conter o avanço da rebelião xiita huthi no Iémen.
A intervenção militar segue-se a diversos apelos emitidos pelo "governo legítimo", incapaz de enfrentar o avanço dos rebeldes.
Os milicianos xiitas, aliados dos militares que permaneceram fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh, encontravam-se na quarta-feira a 30 quilómetros de Aden, o objetivo da sua ofensiva desencadeada a partir de Sanaa, que controlam desde setembro.
O avanço huthi suscitou os receios dos sauditas sobre o eventual controlo do país, de maioria sunita, pela minoria xiita em rebelião, colocando o Iémen na "órbita" do Irão xiita.
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