No próximo ano, o município alentejano terá menos cerca de 2,8 milhões de euros para gastar em relação a 2014, uma redução que o presidente, Álvaro Beijinha, justificou hoje com as "contingências financeiras" vividas pelas autarquias e os "cortes" nas transferências do Orçamento do Estado.

O orçamento municipal de Santiago do Cacém para 2015 é o "mais realista que a câmara aprovou nos últimos anos", por se encontrar "mais próximo" das receitas previstas, referiu hoje à agência Lusa o autarca comunista.

De acordo com Álvaro Beijinha, este orçamento apresenta um corte nas "grandes obras" e incide na resolução de "problemas que dizem muito respeito às pessoas".

Segundo a Câmara de Santiago do Cacém, "84% do montante previsto para investimento em 2015 destina-se a pequenas obras e a atividades de manutenção e conservação".

O presidente do município admitiu que são intervenções que "podem não dar muito no olho de quem passa, mas resolvem problemas numa rua ou num bairro".

Outros investimentos previstos são obras em escolas rurais, cuja importância Álvaro Beijinha realçou, a construção de um parque para a prática de skate na freguesia de Vila Nova de Santo André (70 mil euros) e a aquisição de um projetor de cinema digital para o Auditório Municipal (170 mil euros).

Mais de 70 mil euros estão afetos à beneficiação do auditório da Escola Secundária Padre António Macedo (ESPAM), em Vila Nova de Santo André, que acolhe todos os anos alguns dos espetáculos da Mostra Internacional de Teatro de Santo André.

Uma parte da verba será também canalizada para a modernização administrativa, através da criação de um "balcão único", de um novo sítio na Internet e num sistema de gestão documental que permita "acabar com o papel" na autarquia.

O documento apresenta ainda um "reforço" na área da ação social, que, segundo informação do município, se cifra na ordem dos 3%.

As Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2015 foram aprovados em reunião de câmara com os votos favoráveis da maioria CDU (cinco), um voto contra do PSD e a abstenção do vereador do PS.

Em comunicado enviado à Lusa, o vereador social-democrata, Paulo Gamito, criticou o "baixo apoio à atividade empresarial do concelho" e defendeu a necessidade de um "regulamento próprio" para a atribuição dos subsídios e apoios às coletividades do concelho, para que a mesma seja "transparente".

Confrontado com a posição do PSD, Álvaro Beijinha afirmou não "compreender" as críticas relativas ao apoio à atividade empresarial, contrapondo com a existência de seis parques empresariais espalhados pelo concelho e a realização da primeira Feira de Empreendedorismo no último fim de semana.