POUPANÇA NO MINUTO
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"Toda a gente omitiu informação relevantíssima à CMVM"
Reagindo à notícia de que banqueiros portugueses se terão reunido com a ministra das Finanças, em julho, na tentativa de levar o Governo a investir dinheiro da troika no BES, Augusto Santos Silva lamentou, no seu comentário semanal, que ?aparentemente, toda a gente tenha omitido informação relevantíssima à CMVM?, o que ampliou o ?problema em torno do universo BES?.
© Reuters
Economia Augusto Santos Silva
A propósito da visita da troika a Portugal, Augusto Santos Silva debruçou-se sobre o funcionamento das instituições internacionais, dizendo haver uma “cacofonia”, já que organismos como a OCDE e a troika “dizem coisas diferentes e, às vezes, contraditórias”.
Contudo, não vê com maus olhos o regresso do FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia ao país, uma vez que “para todos os efeitos, são credores e serão credores por muitos anos”.
Pegando na premissa das contas públicas que tanto preocupam a troika, o antigo ministro socialista referiu-se ao Banco Espírito Santo (BES) um problema que “ataca ainda mais a confiança dos portugueses no sistema financeiro”, especialmente depois de se saber que, “aparentemente, toda a gente veio omitindo informação relevantíssima à CMVM”.
O alerta da Comissão Europeia, que informou que os 3,9 mil milhões de euros do fundo de resolução investidos no BES vão ser incluídos no défice deste ano, foi repescado pelo ex-ministro socialista, que vê com preocupação a possibilidade de o Novo Banco vir a ser vendido por menos de 4,9 mil milhões de euros (dinheiro investido para recapitalizar o banco).
“Na hipótese de serem os bancos a suportar essas perdas, imagine-se o efeito que isso terá na saúde financeira da banca”, alertou, citando João Galamba: “Estamos preocupados com o teste de stress do BCE? Preocupemo-nos com as perdas decorrentes da venda do Novo Banco. Do ponto de vista do nosso sistema financeiro, estamos com um problema em torno do universo BES”.
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