À agência Lusa, o diretor do monumento, Joaquim Ruivo, explicou hoje que a iniciativa pretende "possibilitar que um monumento como o Mosteiro da Batalha se possa tornar lugar inspirador de criação literária, que possa motivar novas escritas, por novos escritores, que possa ser vivido e redescoberto".

Joaquim Ruivo adiantou tratar-se de um encontro de arte, cultura e criação literária, que partiu destas questões: "Como pode um monumento fazer apelo à criação literária? Como alimentar esse diálogo tão frutuoso entre o património e a criação contemporânea?".

"Foram precisamente estas questões desafiadoras que nos motivaram a lançar um desafio a 20 escritores, para que produzam obra literária inspirados pelo monumento", afirmou o responsável.

A ideia partiu do escritor Paulo Kellerman e do jornalista João Paulo Silva, "coordenadores editoriais do projeto", que também vão escrever um conto e que "aliciaram o mosteiro a acolher a ideia" após uma iniciativa em 2014 na qual fotógrafos passaram um dia naquele mosteiro do distrito de Leiria para captar novas perspetivas do monumento.

"A grande preocupação foi estender o convite a jovens escritores que, pela sua qualidade, estão a marcar o panorama da escrita em Portugal, sem esquecer evidentemente os excelentes escritores que vivem ou são naturais, uns de Leiria, outros da Batalha", referiu o diretor.

Garantindo que "não haverá constrangimentos à criação literária, porque é assim mesmo que deve ser", Joaquim Ruivo salientou que, "neste sentido, o importante é possibilitar aos escritores o encontro com o 'mosteiro' de uma forma rica e variada, para que daí resulte o que cada um bem entender".

A iniciativa começa a 06 de junho, dia em que "os escritores serão convidados a fazer uma visita à cerca conventual, para que possam conhecer o espaço onde se desenrolava a vida conventual".

Ainda neste dia, mas à noite, o grupo vai ter "oportunidade para uma visita noturna ao mosteiro", enquanto no dia seguinte "os escritores serão convidados à visita aos terraços".

"Na realidade, o programa quer proporcionar aos convidados diferentes perspetivas e ambiências do mosteiro, para que possam usufruir do 'espírito do lugar' e serem inspirados, de algum modo, por ele", destacou Joaquim Ruivo.

Após este encontro e a receção dos textos originais, o seu conjunto vai ser reunido numa obra a publicar ainda este ano, com edição prevista de mil exemplares.

Por ocasião do lançamento, o objetivo do mosteiro é que este seja uma oportunidade para a realização de uma tertúlia, "se possível, juntando novamente todos os escritores participantes", para refletir sobre escrita e criação literária.