Gigante chinês Baidu junta-se à polícia para combater "notícias falsas"
O gigante chinês da web Baidu vai juntar-se à polícia para combater os "rumores" e as "notícias falsas" online, ao permitir acesso ao motor de pesquisa e fóruns de discussão.
© Reuters
Tech Online
Baidu, também conhecido como o 'Google chinês' e líder do principal motor de pesquisa em mandarim, revelou hoje um sofisticado sistema informático acessível às cerca de 370 agências policiais do país, de acordo com uma apresentação enviada pelo grupo para a agência francesa France-Presse.
Esta plataforma recorre à inteligência artificial para vigiar o conteúdo dos vários serviços do Baidu -- mecanismo de pesquisa, mas também blogues e fóruns de discussão -- e localizar a "notícia falsa".
Os conteúdos considerados suspeitos serão transmitidos às forças de polícia para serem examinados e depois enviados a "organizações de referência", que ficam incumbidas de redigir esclarecimentos, refutando os rumores e repondo a verdade, explicou a agência oficial Nova China.
De acordo com a Baidu, mais de 670 organizações, entre as quais administrações estatais, órgãos de comunicação e também a prestigiada Academia Chinesa das Ciências Sociais -- associaram-se à iniciativa e a sua intervenção poderá ser solicitada, em função das suas especialidades.
Os "rumores" serão identificados como tal nos resultados das pesquisas no Baidu ou nos fóruns, e acompanhados de um artigo com os argumentos a refutar.
Esta colaboração com a Baidu "vai encorajar a partilha de informações entre a ciberpolícia e as empresas de internet em todo o país, e vai melhorar a fiabilidade dos conteúdos online", disse um alto responsável do ministério da Segurança Pública, citado pela empresa.
À semelhança do Facebook ou do Twitter, duas plataformas bloqueadas na China, as redes sociais chinesas enfrentam problemas de desinformação.
Nos últimos anos, o regime comunista endureceu o seu aparelho de censura, agravando drasticamente as sanções impostas aos autores de rumores suscetíveis de "perturbar" a sociedade e de conteúdos considerados politicamente sensíveis.
Uma lei sobre a cibersegurança adotada em junho proíbe e pune todos os conteúdos que ataquem a "honra nacional", que "perturbem a ordem económica e social" ou que pretendam "derrubar o sistema socialista".
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