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DGArtes: "Tanto dinheiro" para a banca "e não há 25 milhões" para cultura

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, lamentou hoje haver "tanto dinheiro" para a banca e seus "escândalos" sem que o Governo socialista disponibilize 25 milhões de euros para o apoio às artes e à cultura em Portugal.

DGArtes: "Tanto dinheiro" para a banca "e não há 25 milhões" para cultura
Notícias ao Minuto

19:20 - 03/04/18 por Lusa

Política Jerónimo

"Eu quase que usava uma expressão rude: tanto dinheiro que há disponível para a banca, para acudir aos escândalos, e não há 25 milhões de euros para resolver os problemas da cultura, dos artistas, do teatro, das companhias... é uma contradição que o Governo dificilmente explicará", disse, à margem de uma homenagem aos escritores Rui Nunes e Modesto Navarro, em Lisboa.

O primeiro-ministro, António Costa, chamou hoje para uma reunião em São Bento o Ministro e o secretário de Estado da Cultura, Luís Castro Mendes e Miguel Honrado, respetivamente, para acompanhar o processo relativo à aplicação do programa de apoio às artes.

Fonte do executivo referiu à agência Lusa que ainda durante o dia de hoje o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, deverá "dar mais esclarecimentos" sobre a estratégia seguida pelo Governo neste caso dos concursos de apoio às artes - uma matéria que tem suscitado protestos de companhias e de criadores.

"No Orçamento do Estado para 2018, propusemos uma verba de 25 milhões de euros, que repunha o valor apresentado em 2009, naturalmente com a valorização deste período. Infelizmente, a nossa proposta foi derrotada. Além disso, também apresentámos um novo modelo de apoio às artes que poderia responder a muitos dos problemas a que hoje se ascite e leva ao clamor dos homens e mulheres da cultura", continuou Jerónimo de Sousa.

Segundo o secretário-geral comunista, "o Governo devia registar o clamor de indignação e inquietação que hoje perpassa pelos criadores de arte, particularmente no teatro, tendo em conta a teoria miserabilista do Governo em relação a esta vertente incontornável da democracia que é a cultura".

"O anúncio de dois milhões de euros pelo Ministro [da Cultura] não vai resolver o problema de fundo, por insuficiência, naturalmente, mas também demonstra que, afinal, havia dinheiro para responder a alguns dos anseios mais imediatos", criticou.

A mesma fonte do Governo disse à Lusa que "há 16 novas companhias abrangidas pelos apoios e no teatro o financiamento médio subiu de 108 para 131 mil euros" e que irá haver "um reforço na ordem dos dois milhões de euros".

Jerónimo de Sousa defendeu a "democratização da cultura por todo o território nacional e não pensar em uma ou duas companhias [de teatro]".

Os resultados provisórios dos concursos ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da Direção-Geral das Artes, conhecidos na sexta-feira, têm suscitado protestos.

Os concursos ao Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 abriram em outubro, com um valor global de 64,5 milhões de euros para apoiar modalidades de circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro.

De acordo com os resultados provisórios dos concursos comunicados aos candidatos, a que a agência Lusa teve acesso, 50 candidaturas das 89 avaliadas na área do teatro deverão receber apoio estatal, e várias estruturas que tiveram apoios no passado ficarão de fora, como o Teatro Experimental de Cascais, O Teatrão e Escola da Noite, de Coimbra, o Centro Dramático de Évora e o Teatro das Beiras, da Covilhã.

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