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PCP, BE e PEV demarcam-se de Costa, PSD e CDS atacam discurso duplice

O PS foi o único partido à esquerda a defender as posições do Governo e do primeiro-ministro no debate sobre o futuro da União Europeia, hoje, na Assembleia da República.

PCP, BE e PEV demarcam-se de Costa, PSD e CDS atacam discurso duplice
Notícias ao Minuto

19:08 - 15/03/18 por Lusa

Política Europa

No debate preparatório do Conselho Europeu de 22 e 23 de março, PCP, Bloco e PEV demarcaram-se dos socialistas na maioria das posições assumidas por António Costa enquanto PSD e CDS atacaram o discurso dúplice do executivo minoritário do PS.

Carla Tavares, do PS, sublinhou os desafios dos próximos tempos quanto ao aprofundamento da União Europeia, motivados pelas políticas de acolhimento de refugiados, o próximo quadro comunitário pós-2020.

Já deputado socialista João Galamba elogiou "a clareza" de António Costa na defesa de novos impostos europeus e na resposta ao discurso populista na Europa.

"Perante os problemas, é preciso responder", sublinhou, dizendo que Costa teve "a coragem de assumir a responsabilidade" e de defender "mais impostos", como resposta para os problemas colocados pelo Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.

Paula Santos, pela bancada do PCP, criticou os planos de criação de um ministro das Finanças europeu, pelo que "significa de mutilação da soberania dos Estados membros no plano orçamental e financeiro".

O discurso sobre o futuro da União Europeia, afirmou, é "uma refundação" feita através do "aprofundamento do processo de integração capitalista", com "federalismo, militarismo e neoliberalismo".

Pelo Bloco de Esquerda, Isabel Pires foi igualmente crítica quanto ao rumo europeu, alertando para a "deterioração do primado do direito", sobre a qual a Comissão Europeia "está preocupada".

E sobre o financiamento futuro, após o Brexit, o Bloco defendeu um "aumento das contribuições dos Estados mais riscos", dado que, "sem isso, "não há dimensão cooperativa" na Europa.

Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), assinalou que o aprofundamento da União Europeia está a fazer-se sem ter em conta o que pensam os cidadãos.

E deu o exemplo do reforço do investimento na Defesa como mais um exemplo do "fosso que está a ser cavado" entre quem decide e as pessoas, mais preocupadas com políticas sociais, por exemplo.

No debate, PSD e CDS-PP convergiram na acusação de "discurso dúplice" do Governo português em matérias europeias, conforme "a audiência" sejam as instituições da União ou os parceiros do Governo, e também na crítica a hipotéticos impostos europeus.

A deputada social-democrata Rubina Berardo questionou o motivo que levou o primeiro-ministro a afirmar que os portugueses "não pagariam esses impostos, quando ainda nem há um esboço da taxa digital".

"É uma visão de um Portugal pequenino. Ignora que já temos empresas no mercado digital e que devemos incentivar o florescimento dessa indústria", defendeu.

Rubina Berardo questionou ainda "porque é que Portugal faz parte de um nucelo reduzido de estados-membros, liderado pela França, que manifestam oposição à escolha do candidato a presidente da Comissão", como acontece nas últimas eleições europeias, uma medida que, defende, "aproxima os eleitores" das instituições.

Pelo CDS-PP, Mota Soares, que irá integrar a lista ao Parlamento Europeu dos centristas, encabeçada por Nuno Melo, atacou os impostos defendidos pelo executivo: "O Governo português não se lembra de nada melhor que não sejam não um, não dois, mas três impostos ao nível europeu".

Mota Soares recordou que a taxa municipal de ocupação do solo inscrita no Orçamento do Estado para 2017 também não podia ser refletida nos contribuintes pelas empresas de infraestruturas, o que é desmentido por uma fatura da EDP de Guimarães.

"Essas promessas que faz de impostos a pagar por entidades terceiras, etéreas, levam a que sejam sempre os mesmos a pagar, os contribuintes portugueses", acusou.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu hoje uma capacidade orçamental europeia própria como forma de fortalecer a zona euro e protegê-la de futuras crises, considerando que a aposta em Portugal deve centrar-se nas qualificações.

No debate preparatório do Conselho Europeu de 22 e 23 de março, na Assembleia da República, António Costa salientou que este será dividido em três momentos: um ainda com os 28 Estados-membros, outro a 27, para prosseguir a discussão sobre a saída do Reino Unido, e outro a 19, a cimeira da zona euro, que considerou "particularmente importante".

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