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Capital da Santa Casa no Montepio? "Decisão de grande risco"

Para Manuela Ferreira Leite, a hipotética aplicação do capital da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no Montepio é uma decisão de "alto risco" - tema este que foi debatido no Parlamento na estreia de Fernando Negrão.

Capital da Santa Casa no Montepio? "Decisão de grande risco"
Notícias ao Minuto

23:16 - 01/03/18 por Filipa Matias Pereira

Política Ferreira Leite

Fernando Negrão fez esta semana a sua estreia enquanto líder da bancada parlamentar do PSD no debate quinzenal. Ora, o tema não passou à margem do crivo de Manuela Ferreira Leite num habitual espaço de comentário semanal da atualidade política, na antena da TVI 24.

No prisma de ex-ministra, a performance política de Negrão centrou-se num “estilo diferente do que estamos habituados, mas que tem efeitos positivos relativamente a quem ouve”. Os debates quinzenais, para Manuela Ferreira Leite, não devem ser “crispados, nem uma discussão de passa culpas. Deverão, isso sim, abordar situações em que o Governo seja confrontado relativamente a determinado tipo de medidas em relação às quais a oposição tem opiniões diferentes. O primeiro ponto que sublinho da atuação de Fernando Negrão foi pois a ausência de crispação no debate. Acho que pode ser benéfico para a visão que as pessoas têm da política e dos políticos”.

Já quanto à substância do debate, “acho que ele escolheu muito bem o tema porque estamos apenas habituados a ver a discussão em temas que são favoráveis ao Governo. E desta vez foi selecionado um assunto extremamente importante e sobre o qual não se tem visto muita discussão sobre a matéria”, designadamente a “hipotética entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio”.

É natural que “a Santa Casa da Misericórdia faça aplicações financeiras, mas daí até escolher incidir sobre uma instituição bancária, isso são situações complicadas porque sabe-se que o Montepio tem problemas”. A economista vai ainda mais longe e advoga que não percebe como é que “é possível que se considere a hipótese de haver uma instituição como a Santa Casa da Misericórdia – é quem assegura os apoios sociais em Lisboa -, a poder entrar numa instituição bancária”. As aplicações da Santa Casa da Misericórdia, “cujos rendimentos se destinam a apoios sociais, não podem ser aplicadas a situações de risco, e muito menos de alto risco”.

Para além disso, acrescenta a antiga ministra, “o facto de se ter levado este tema para a Assembleia, num debate com o Primeiro-ministro, irá responsabilizar todos os partidos da Assembleia da República. E a responsabilidade não deve ser assumida depois de aquilo ter corrido bem ou mal. A responsabilidade deve ser anterior à tomada de decisão. Depois da tomada de decisão é chorar sobre o leite derramado. No fundo, catalogo esta matéria como uma decisão de grande risco, especialmente devido à instituição de que se trata”.

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