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PSD "contra em qualquer circunstância" entrada da Santa Casa no Montepio

O líder parlamentar do PSD afirmou hoje que o partido é "contra em qualquer circunstância" a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio, com o primeiro-ministro a garantir que não está tomada qualquer decisão.

PSD "contra em qualquer circunstância" entrada da Santa Casa no Montepio
Notícias ao Minuto

16:48 - 28/02/18 por Lusa

Política Debate quinzenal

Na sua estreia como líder parlamentar do PSD em debates quinzenais com António Costa, Fernando Negrão dedicou quase toda a sua intervenção - cumprimentos iniciais à parte - a esta possível operação, sublinhando que o presidente do partido, Rui Rio, "já disse claramente que era contra".

"E há uma razão para isso: o dinheiro dos pobres é para obras sociais e não deve ter por destino os bancos e esta é uma questão de princípio para nós", afirmou Negrão, classificando até esta possibilidade de entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) num banco como uma espécie de "Robin dos Bosques ao contrário".

Para o deputado social-democrata, esta operação é de "grande risco e deve ser assumida por entidades provadas e não sociais".

"Fica aqui um aviso: se houver o mínimo sinal de que esta operação não acautela o interesse financeiro da SCML, o grupo parlamentar do PSD está disposto a usar todos os instrumentos parlamentares para fiscalizar e investigar ate às últimas consequências", disse, no que parece sugerir a possibilidade de uma comissão de inquérito sobre este tema.

Na resposta, o primeiro-ministro sublinhou que "não está tomada nenhuma decisão nem está previsto um calendário", salientando que o anterior provedor da Santa Casa, Pedro Santana Lopes (o candidato derrotado por Rui Rio nas últimas diretas do PSD), encomendou um estudo e será baseado nas suas conclusões que a direção da SCML tomará uma decisão.

"Quanto ao mais, partilhamos do mesmo ponto de vista: não deve haver qualquer aplicação da Santa Casa no Montepio ou em qualquer outra instituição que seja uma aplicação que não tenha um risco financeiro aceitável", disse, lembrando que os fundos da Santa Casa já são aplicados em ativos.

Para António Costa, será depois de receber o estudo em curso que a Santa Casa poderá decidir se "o Montepio é ou não um bom investimento".

"Não temos nenhuma razão para, à partida, estar contra, em tese é uma boa ideia, se é em concreto... sem estar concluída auditoria é precipitado tomarmos qualquer decisão, positiva ou negativa", disse.

O primeiro-ministro aproveitou para recordar como começou o processo, dizendo que o Governo soube, pela comunicação social, da disponibilidade da Santa Casa para investir, na altura, no Novo Banco.

"Pareceu-nos que a aplicação que mais se adequaria era o Montepio, foi-nos perguntado se tínhamos alguma coisa a opor e dissemos que nada tínhamos a opor a que esta hipótese fosse analisada", disse Costa.

Fernando Negrão - que foi apoiante de Santana Lopes - pediu ao primeiro-ministro que "não sacuda a água do capote" com o anterior provedor, dizendo que têm sido tomadas decisões já muito depois da sua saída da Santa Casa sobre esta eventual operação.

O líder parlamentar do PSD insistiu nas preocupações dos sociais-democratas, questionando porque razão não apareceram outros investidores privados e, por exemplo, por que é que a Caixa de Crédito Agrícola não aceitou entrar no capital do Montepio.

"Estamos a falar de dinheiro de ação social dos pobres, de gente necessitada. que vai para bancos. O passado, tanto em Portugal como fora, não aconselha operações com um risco desta natureza", afirmou.

Por outro lado, Negrão manifestou o seu espanto por ver um governo de esquerda a tomar uma decisão desta natureza.

"E para mais com o silêncio dos partidos de extrema esquerda, do PCP e do BE, um silêncio completo", lamentou.

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