"Num ambiente pré-eleitoral, não se fazem consensos"
No seu habitual espaço no Jornal da Noite da SIC, Marques Mendes afirmou que António Costa pretende marcar a agenda política, uma vez que os últimos meses desgastaram a imagem do Governo e, particularmente, do primeiro-ministro.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
Luís Marques Mendes comentou este domingo a entrevista de António Costa ao jornal Expresso, considerando as declarações do primeiro-ministro como “um tiro falhado”, nomeadamente no diz respeito a “retomar a iniciativa política”.
António Costa, recorde-se, manifestou vontade em contar com o PSD para o programa de grandes investimentos em obras públicas no âmbito da "estratégia nacional para o Portugal pós-2020" , referindo, contudo, que o tempo de “consensos” apenas acontecerá depois das eleições autárquicas, agendadas para o próximo dia 1 de outubro.
Marques Mendes considera que “não vai haver nenhum novo ciclo”, uma vez que, depois das autárquicas, serão as legislativas a marcar o ambiente político. “Não vai haver nenhum novo ciclo, porque a seguir às eleições autárquicas os partidos estão concentrados na legislativas de 2019. Quando se está num ambiente pré-eleitoral, não se fazem consensos”, justificou o comentador.
Descartado o consenso entre os dois maiores partidos portugueses, Marques Mendes remete as intenções do primeiro-ministro para uma tentativa de “marcar agenda”, tendo em conta a fragilidade em que o Governo ficou após a tragédia de Pedrógão Grande.
“António Costa quis retomar a iniciativa política. Desde os acontecimentos de Pedrógão, Tancos, demissões dos secretários de Estado e incêndios que António Costa, nos últimos meses, perdeu a iniciativa política. Anda muito atrás do comboio, a reboque dos acontecimentos”, reiterou.
O comentador social-democrata vai mais longe, e afirma que até a situação de Pedródão Grande estar resolvida, António Costa não vai conseguir “comandar a agenda pública”.
“Desde Pedrógão que António Costa está desconfortável, e agora quer dar a volta, encontrar outro tema, mudar a agulha. O problema é que não muda enquanto não resolver Pedrógão: apurar as causas, tirar consequências, assumir responsabilidades e mudar responsáveis. Enquanto não fizer isso, até pode fazer o pino na praça pública mas não vai comandar a agenda pública”.
Ainda sobre a mesma entrevista, Marques Mendes disse que o primeiro-ministro quis agradar aos eleitores do centro político, bem como “capitalizar um ‘não’ do PSD”. “Eu sou o bonzinho, eles são os maus da fita. É um jogada tática”, ironiza.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com