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"O relançamento do CDS no debate do RSI só tem um nome: atacar ciganos"

Francisco Louçã acredita que há uma agenda no anúncio do relançamento do debate sobre Rendimento Social de Inserção (RSI) por parte do CDS-PP. No seu espaço de comentário da SIC Notícias, o antigo líder do Bloco de Esquerda indica que CDS pretende voltar a “atacar os ciganos”.

"O relançamento do CDS no debate do RSI só tem um nome: atacar ciganos"
Notícias ao Minuto

23:44 - 04/08/17 por Anabela de Sousa Dantas

Política Francisco Louçã

O CDS-PP anunciou na segunda-feira que iria pedir uma discussão no plenário do Parlamento sobre o decreto do Governo que determina novas regras para o Rendimento Social de Inserção (RSI), que deverá acontecer em setembro, na última semana de campanha eleitoral para as autárquicas.

No seu espaço de comentário da SIC Notícias, Francisco Louçã refere que esta decisão é “obviamente uma forma de atacar várias comunidades de pobres, entre elas a comunidade de ciganos”.

“Já no governo PSD/CDS imensas pessoas, 160 mil, foram retiradas do RSI com pretextos deste tipo, que ‘não merecem’”, afirmou, sublinhando que em causa não está o número de pessoas que recebe este subsídio. “São pouco mais de 200 mil pessoas”, acrescentou, “são pessoas que recebem cerca de cento e poucos euros”, uma ajuda mínima concedida mediante algumas regras para casos de pobreza extrema.

“A Direita sempre achou que pelo facto de parte das comunidades ciganas serem muito pobres e recorrerem a estes 100 euros por mês, isso podia ser um foco de atenção e de ataque. O relançamento do CDS no debate do RSI só tem um nome: ciganos, atacar os ciganos”, afirmou.

O comentador descreveu esta tomada de posição como algo “surpreende” depois do caso de Loures, com o candidato André Ventura, caso que descreve como uma jogada da campanha. “Debate de Loures surge porque um candidato - com aquele jogo de cintura de um comentador futebolístico a pensar que pode insultar todas as pessoas - resolveu lançar-se na cena pública chamando a atenção para si próprio com este excesso de racismo”, determinou.

No entanto, a polémica espoletada pelo candidato do PSD à câmara de Loures “revelou uma espécie de tabu no debate político português que é a perceção de alguns setores de Direita de que atacar as comunidades mais isoladas é útil em termos eleitorais”.

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