Numa carta dirigida a Manuel Pizarro datada de segunda-feira, hoje distribuída pelos vereadores do executivo e jornalistas antes do período da ordem do dia da reunião camarária, Rui Moreira diz pretender "repor a verdade" sobre o que aconteceu.

O vereador do PS na Câmara do Porto Manuel Pizarro criticou na quinta-feira a expulsão da sua assessora de imprensa da reunião extraordinária do executivo, classificando a situação como "um ato antidemocrático" e "profundamente mesquinho", que acabou por ser "prontamente corrigido" depois de pedir a intervenção do presidente da autarquia.

No final dessa reunião, Pizarro enviou uma carta a Moreira, na qual dizia não poder deixar de se "indignar com este incidente e de manifestar, em nome dos vereadores do PS, o mais vivo protesto".

Em comunicado enviado então à Lusa, o PS/Porto afirmou que a assessora "foi expulsa da reunião, sem qualquer justificação plausível, sob o pretexto de que 'não estaria inscrita'" para poder assistir à reunião.

Na resposta que escreveu agora, Moreira começa por afirmar que não podia deixar de iniciar a reunião do executivo sem se referir à carta que recebeu do vereador, porque, "independentemente do comunicado do PS" enviado à comunicação social sobre o assunto, Pizarro entendeu "divulgá-la em cópia que foi exibida nas redes sociais".

"Tendo referido, expressamente, que a situação foi prontamente corrigida logo que se me dirigiu, o que de facto ocorreu, não entendo que se pretenda fazer disto um caso político. Porque, sendo eu quem preside às reuniões, e tendo eu autorizado a presença da assessora do PS na dita reunião logo que isso me foi solicitado (...), não me parece legítimo que vossa excelência tente fazer leituras políticas do sucedido, como de facto fez", afirma Rui Moreira.

Rui Moreira, que se recandidata ao cargo e que terá como um dos adversários nas autárquicas Manuel Pizarro (pelo PS), afirma que a assessora "terá entrado na sala, sem se dirigir a ninguém, sentando-se na galeria reservada à imprensa acreditada e aos dirigentes municipais" e que o vereador "poderia ter evitado" a situação.

Bastava para isso que Pizarro "previamente tivesse cuidado do assunto", solicitando a entrada, ou que a própria assessora tivesse pedido para assistir à reunião, à entrada da mesma.

Para Moreira, "tudo isto resulta de bom senso", o mesmo "que os dois" utilizaram para resolver a situação.

"Nada há de mais urbano ou democrático que o respeito institucional. É por esse bom senso que aqui lhe respondo, com total respeito pelo seu estatuto", conclui Moreira.

O presidente da autarquia diz ainda que, independentemente do regulamento, o que esteve em causa "é uma questão de princípio".

"Imagine o que seria se cada força política entendesse trazer para as reuniões candidatos, assessores ou fotógrafos", refere ainda.