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"Poder local é um dos maiores responsáveis do endividamento do país"

O poder local não pode ser “uma espécie de ‘vaca sagrada’ intocável em que os seus presidentes fazem o que querem e sobra-lhes tempo.

"Poder local é um dos maiores responsáveis do endividamento do país"
Notícias ao Minuto

12:00 - 03/01/17 por Notícias Ao Minuto

Política Joaquim Jorge

A relação entre o poder local e o poder central é um dos calcanhares de Aquiles da nossa democracia” e “deve reger-se pelo princípio de isenção, transparência, com regras claras”.

A opinião é de Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, que, numa posição veiculada ao Notícias ao Minuto, deixa vários alertas à relação entre o Estado e as autarquias locais, mas também à atitude de certos autarcas.

“Os municípios socialistas não podem ser favorecidos porque são da cor política do Governo PS. Assim como, quando houver um governo PSD, os municípios sociais-democratas não deverão ser favorecidos”, entende Joaquim Jorge, que realça que “o poder local é um dos maiores responsáveis do endividamento do país” ao ponto de, caso “houvesse um ranking de culpados da dívida pública, os autarcas estarem no topo”.

“A seguir ao 25 de Abril com receio de que pudéssemos voltar ao fascismo, foi dado uma espécie de salvo-conduto ao poder local”, afirma.

A isto, acrescenta, junta-se a desconfiança na política sentida hoje em dia por muitas pessoas, algo que deve-se à atuação “dos sucessivos governos, mas também a muitos presidentes de câmaras municipais”.

Essa desconfiança, explica o biólogo e comentador, “é provocada pela distância entre a prática teórica (discursos) e a prática política (atos).

“Os presidentes de Câmara deslocam-se em bons carros oficiais com motorista, vão almoçar a bons restaurantes e nem têm de se preocupar em estacionar o carro. De seguida, o motorista vem buscá-los e voltam para o gabinete da câmara”.

Quem assume, enquanto autarca, tal postura, acaba por viver de “forma constante e acrítica neste cenário”.

Em jeito de finalização, Joaquim Jorge recorda as palavras de António Costa, sobre a descentralização ter de ser "a pedra angular da reforma do Estado”. Diz Joaquim Jorge que está “completamente de acordo, mas a descentralização tem se ser acompanhada de outras medidas de controlo”.

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