Numa zona dos Açores em que há muita população jovem e falando num jantar para cerca de 300 pessoas do concelho de Lagoa, São Miguel, Catarina Martins disse que a precariedade "é o maior assalto que se faz ao país, que é quando se cria milionários há quem trabalhe e esteja na pobreza, porque a precariedade tira salários, tira direitos, tira as mais básicas condições de vida".

"A exigência é simples: que quem trabalha tenha um contrato de trabalho, não é trabalho à hora, não é um POC, não é estágio, é um contrato de trabalho, quem trabalha tem que ter direito a um contrato de trabalho e a salário digno. É essa a nossa luta", enfatizou.

Referindo que nesta zona "um em cada três jovens está desempregado ou desempregada e tantos e tantas mesmo querendo estudar não podem, o combate ao abandono escolar, o combate pelo acesso à educação e o combate à precariedade são o mesmo combate".

Neste sentido, a líder bloquista apelou a que os jovens votem no próximo dia 16 para as eleições legislativas regionais para mudarem a situação e lembrou as propostas do partido para o Orçamento do Estado de 2017.

"Estamos agora a negociar o Orçamento do Estado de 2017 e o BE apresenta-se ao país com a franqueza de dizer ao que vem: recuperação dos rendimentos de quem trabalha e de quem trabalhou toda uma vida, emprego para quem precisa de emprego, aumentar as pensões, porque foi quem foi mais sacrificado e ainda não viu nenhuma reposição, mas sem com isso prejudicar quem trabalha dos seus salários", explicou.

Para Catarina Martins, "não há que possa dizer que fazer um esforço para aumentar as pensões em mais 200 milhões de euros do que o governo tinha pensado para termos esse mínimo de dignidade para quem trabalhou toda uma vida, e que custa 40 vezes menos do que gastamos em juros da dívida, seja uma proposta irrazoável".

Antes de Catarina Martins, Zuraida Soares, cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral de São Miguel, disse que "Vasco Cordeiro [líder do PS/Açores e recandidato à presidência do Governo Regional] acusou o Bloco de radicalismo, de extremismo".

"Mas a verdade é que o radicalismo não está do lado do Bloco de Esquerda. O radicalismo está do lado do Partido Socialista, que promove o amiguismo nos negócios, a quebra de direitos, a exploração de quem trabalha e a precariedade laboral, em particular, nos jovens", acusou a candidata a deputada.

Nestas eleições, o BE pretender passar de uma única deputada para um grupo parlamentar.

Para a votação de dia 16 estão inscritos 228.160 eleitores que vão escolher os 57 deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores para os próximos quatro anos.

Nas últimas eleições regionais, realizadas a 14 de outubro de 2012, o PS venceu com maioria absoluta e elegeu 31 deputados, seguido de PSD com 20 mandatos e do CDS-PP com três. BE, CDU e PPM elegeram um parlamentar cada.