A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins parece estar a posicionar-se para entrar na corrida às eleições presidenciais.
A atual eurodeputada começou por dizer, numa publicação nas redes sociais, que lamenta a desistência de António Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, da corrida a Belém, por ser uma candidatura "importante", mas que respeita "os seus argumentos".
A bloquista disse ainda que, ao falar com muitas pessoas, apercebeu-se de que há uma recusa em ficarem "reféns de uma escolha impossível entre a defesa de um presente que abandona a maioria a aceitação de um futuro autoritário" e acrescentou que partilha destas preocupações.
Catarina Martins defendeu ainda que é preciso "uma Esquerda dialogante e capaz de propor um novo caminho para Portugal", garantindo que contribuirá "para lhe responder". Admite, no entanto, o "contexto difícil" para o seu espectro político.
"Mas isso dá-nos uma responsabilidade acrescida de juntar forças, inventar soluções, enfrentar os perigos com coragem e defender a nossa gente", afirmou a bloquista, concluindo depois que "nestes dias" é preciso um "novo impulso refundador da democracia. Criar futuro."
O jornal Público garante, no entanto, que, com a desistência de Sampaio da Nova, a decisão do Bloco de Esquerda vai ser avançar com uma candidatura dentro do partido. O jornal diz ter apurado que o nome de Catarina Martins é dos mais consensuais para protagonizar a disputa presidencial.
Possibilidade essa também confirmada pelo Observador, citando uma fonte próxima da eurodeputada, mas deixando a ressalva de que a decisão ainda não é definitiva e que a bloquista "está a refletir sobre essa hipótese".
A confirmar-se a candidatura de Catarina Martins, será a terceira vez que o BE apoia o nome de uma mulher para a corrida a Belém. Nas duas eleições anteriores (em que venceu Marcelo Rebelo de Sousa), os bloquistas apoiaram Marisa Matias, na altura deputada no Parlamento Europeu.
Com a candidatura de Catarina Martins será também a segunda pessoa que desempenha funções no Parlamento Europeu a concorrer nestas eleições. Depois de, na quarta-feira, João Cotrim Figueiredo, ex-presidente da Iniciativa Liberal, ter anunciado a sua candidatura à Presidência da República, defendendo que pretende ser um "farol de referência" e "mostrar um certo caminho" a Portugal".
Assim sendo, há outros seis candidatos às eleições presidenciais (excluindo a bloquista e o liberal, já mencionados.
O Almirante Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes (ex-presidente do PSD), António José Seguro (ex-líder do PS), António Filipe (ex-deputado do PCP), André Pestana (coordenador nacional do Sindicato para Todos os Profissionais da Educação) e o empresário Tim Vieira.
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