"A questão do SIRESP tem de ser resolvida. Nós não podemos sistematicamente continuar com situações de crise em que o sistema que deve funcionar em crise, que é o SIRESP, acaba por nunca funcionar ou não funcionar muitas vezes. Tem de ser uma prioridade resolver esse problema", afirmou Rui Rocha.
O líder da IL falava aos jornalistas após uma reunião com o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), em Lisboa, e aludia ao facto de a ministra da Administração Interna ter hoje admitido que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) teve "algumas falhas" durante a quebra de fornecimento de energia na segunda-feira.
Questionado se considera que a resolução dos problemas do SIRESP passa por uma reformulação do sistema, Rui Rocha respondeu que esta matéria está por resolver "há vários anos" e já houve "vários momentos em que o SIRESP falhou e que poderá ter contribuído para o avolumar de situações de tragédia".
"Portanto, é preciso tomar uma decisão política, avaliar as condições do SIRESP, se há condições para que o serviço possa ser prestado e reforçar essa capacidade, ou encontrar outro tipo de solução", referiu.
Para Rui Rocha, o que não se pode é "continuar sistematicamente em situações de emergência sem a comunicação básica estar, de facto, assegurada".
O líder da IL, Rui Rocha, referiu que, durante a reunião com o SINAPOL, também foi discutido o 'apagão' de segunda-feira, com o sindicato a frisar que, se tivesse havido necessidade de se reforçar elementos das forças de segurança com polícias que não estavam em serviço, isso teria sido "praticamente impossível".
"Não havia comunicações e, portanto, isto releva bem a situação menos adequada que vivemos porque, se tivesse havido necessidade de contactar polícias que não estavam em serviço para reforçar o efetivo, isso não teria acontecido porque não havia maneira de os contactar
O líder da IL defende que isto mostra que é "absolutamente necessário acautelar para que, em futuras circunstâncias semelhantes, as comunicações estejam disponíveis".
Além deste tema, na reunião com o SINAPOL, Rui Rocha disse que o sindicato também manifestou preocupações com as condições de trabalho das forças de segurança, "que são insuficientes e impactam na capacidade de recrutamento de novos polícias".
"Isso é uma preocupação do país, uma vez que temos agentes que estão a chegar à idade da reforma e é absolutamente necessário repor o número de agentes", disse.
Por outro lado, Rui Rocha disse que um dos temas mais discutidos durante a reunião que teve de cerca de uma hora e meia com o SINAPOL foi relativo à criação de uma unidade de controlo de fronteiras na PSP, que considerou "absolutamente necessária" para que "não continue o descontrolo das fronteiras".
"Desse ponto de vista, houve uma total sintonia com a posição do SINAPOL e um compromisso da IL de promover, na próxima legislatura, e de apoiar as medidas que tragam essa criação dentro da PSP de uma unidade de fronteiras absolutamente indispensável", disse.
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