Na parte final do único frente a frente entre os dois antes das legislativas antecipadas de 18 de maio, transmitido em simultâneo por RTP, SIC e TVI, Pedro Nuno Santos e Montenegro foram questionados sobre a sua disponibilidade para negociar um com o outro, em caso de derrota nas legislativas antecipadas de 18 de maio.
"Nós estamos a trabalhar todos os dias com humildade para dialogar com os portugueses, apresentar as nossas propostas, e conseguir a confiança dos portugueses para vencer as eleições, é nesse cenário que nós estamos focados", afirmou, dizendo que o PS deu condições de estabilidade ao Governo PSD/CDS-PP no último ano.
Questionado se pode assegurar que só governará se o PS for o partido mais votado, respondeu: "Nós não conseguimos antecipar os resultados eleitorais nem a configuração parlamentar que nós vamos ter".
"Aquilo que sabemos, do que aconteceu no ano passado, é que o Presidente da República convidará o partido mais votado a formar governo. E é por isso que é tão importante que não haja uma grande dispersão de votos e que nós possamos ter os votos necessários para derrotar a AD e fazer liderar uma mudança segura", disse, assegurando que, se vencer, encontrará condições para governar.
Questionado o que fará se a AD não for a força política mais votada, Montenegro não deu uma resposta direta, afirmando que irá continuar a governar "exatamente com os mesmos princípios".
"O Governo não caiu por falta de estabilidade, o Governo caiu por tática política e os portugueses têm agora na mão o instrumento que pode dar ao Governo essa estabilidade", afirmou.
Perante a insistência da jornalista sobre as condições de estabilidade num cenário de derrota, repetiu estar "focado nos problemas das pessoas".
"Como é que Luís Montenegro pode prometer estabilidade política ao país quando nós assistimos àquilo que aconteceu nos últimos dois meses e ao menor aperto que se sentiu atirou o país para eleições?", criticou Pedro Nuno Santos, com Montenegro a contrapor que foi o Governo que se aproximou no último ano das posições do PS, por exemplo, no Orçamento do Estado.
No minuto final a que tinham direito, o primeiro-ministro voltou, de forma implícita, ao tema da empresa da sua família Spinumviva.
"Eu quero dizer aos portugueses que não estou aqui para ataques pessoais, não estou aqui para maledicência, eu estou aqui para governar, eu estou aqui para decidir, eu estou aqui para executar", afirmou, elencando várias medidas tomadas pelo Governo.
Já o líder do PS aproveitou o encerramento do debate para deixar uma mensagem aos pensionistas.
"Nós vamos fazer uma defesa séria do sistema público de pensões e extinguirei o grupo de trabalho para a privatização da segurança social que o governo da AD nomeou", afirmou, destacando também outras medidas do seu programa como o IVA zero para alguns produtos.
"Pode confiar, pode confiar no Partido Socialista", apelou.
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