POUPANÇA NO MINUTO
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"Nenhum Governo minoritário iniciou funções em condições tão favoráveis"
O constitucionalista Vital Moreira alegou que "basta ao Governo explorar adequadamentea a herança recebida para sobreviver e, mesmo, ser bem-sucedido".
© Global Imagens
Política Legislativas
O constitucionalista e antigo eurodeputado Vital Moreira afastou-se, esta quarta-feira, daqueles que "auguram vida curta ao novo Governo do PSD-CDS, atendendo à sua base parlamentar ultraminoritária (80 deputados em 230)".
"Pelo contrário", retorquiu numa publicação no blogue Causa Nossa, onde afirmou que "nenhum Governo minoritário (mesmo Cavaco Silva em 1985 ou Guterres em 1995) iniciou funções em condições económicas e financeiras tão favoráveis como este".
"Economia a crescer, emprego e salários a subir, folga orçamental substancial e receitas públicas a aumentar, peso da dívida pública a descer, o PRR a 'bombar' financiamento do investimento público e privado, inflação controlada", listou Vital Moreira, acrescentando que "a esperada descida da taxa de juros pelo BCE vai facilitar o crédito ao consumo e ao investimento, estimulando o crescimento, e aliviar os encargos do crédito à habitação".
Por isso, a "não sobrevir nenhum fator adverso inesperado", bastará ao Governo "explorar adequadamente a herança recebida para sobreviver e, mesmo, ser bem-sucedido", admitiu o constitucionalista.
Na mesma publicação no blogue que ajudou a fundar em novembro de 2003, Vital Moreira voltou a realçar as condições "extremamente favoráveis" em que este Governo minoritário tomaria posse, e sob as quais "bem pode começar por satisfazer as reivindicações das corporações do setor público que tanto 'azucrinaram' ao Governo cessante, apesar do significativo aumento da despesa pública corrente que elas implicam".
Em simultâneo, deve "preparar a 'compra' da abstenção do Chega no orçamento no final do ano, incluindo o início da prometida desoneração fiscal e o aumento das pensões mais baixas".
"Se as coisas não descarrilaram, por inépcia ou sofreguidão governamental, não se vê como pode verificar-se uma convergência do Chega e do PS para derrubar o Governo (e só ela o poderia deitar abaixo)", concluiu Vital Moreira, recordando "as experiências em 1987 (derrube do I Governo de Cavaco Silva) e de 2021-22 (derrube do II Governo de António Costa)".
"O pior que as oposições podem fazer é juntarem-se para derrubarem um Governo minoritário a quem as coisas estão a correr bem", vaticinou.
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